Os filmes da lista abaixo não se limitam ao prazer sexual. De uma forma ou de outra, e nem sempre com liberdade que dura para sempre, evocam o amor livre, a química entre pessoas que decidem viver juntas e, por muito ou pouco tempo, abolir os tabus. Existem muitos outros filmes sobre o assunto. Abaixo, alguns dos melhores.
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Sócios no Amor, de Ernst Lubitsch
Dono de famoso “toque”, o diretor era um mestre da malícia. Essa comédia clássica é anterior à aplicação do Código Hays. Em cena, uma mulher ama dois homens. Eles querem ela. Ela quer ambos, quer tudo.
Jules e Jim – Uma Mulher para Dois, de François Truffaut
Jeanne Moreau fica entre Oskar Werner e Henri Serre. É possível amar duas pessoas ao mesmo tempo? É possível, no fim, sobreviver à vida com esses amantes quando a mulher parece ainda não se contentar?
As Duas Faces da Felicidade, de Agnès Varda
Casado e feliz, o homem (Jean-Claude Drouot) encontra uma amante. Passa a amar a esposa e a outra, vivendo não exatamente duas vidas, mas um equilíbrio. Grande filme da cineasta Varda, com visual impressionante.
Bob, Carol, Ted e Alice, de Paul Mazursky
A comédia de Mazursky capta um pouco do espírito de sua época ao mostrar a relação liberal de um casal e a possível transformação de outro. A certa altura, todos estão sob o mesmo lençol.
Cabaret, de Bob Fosse
A libertinagem é atacada pela radicalização do nazismo. O ambiente é um cabaré em Berlim, às portas da ascensão de Hitler. Liza Minnelli canta e seduz alguns homens nesse filme que marcou época.
Último Tango em Paris, de Bernardo Bertolucci
É possível contestar aqui a ideia de “liberdade”. Há, sobretudo na reta final, uma autodestruição, o caminho à violência. Antes, o encontro de duas pessoas livres, “sem nomes”, em um apartamento de Paris.
A Mãe e a Puta, de Jean Eustache
Os amantes pós-maio de 68. Os amantes e suas confissões, o difícil encontro com o equilíbrio de uma relação a três. Um filme longo e mágico sobre o cotidiano, com o rosto da nouvelle vague, Jean-Pierre Léaud.
Corações Loucos, de Bertrand Blier
Dois amigos inseparáveis envolvem-se com diferentes mulheres. Não há pudor. Esse é um cinema livre. A certa altura, os rapazes envolvem-se com uma bela garota que não consegue ter um orgasmo.
Ela Quer Tudo, de Spike Lee
Primeiro sucesso de Spike Lee, sobre uma mulher livre que se envolve com três homens ao mesmo tempo, tipos distintos e engraçados. A sequência do jantar, com todos à mesa, oferece situações hilárias.
A Insustentável Leveza do Ser, de Philip Kaufman
Perto do fim da Primavera de Praga, médico deixa-se envolver com duas belas mulheres ao mesmo tempo. Kaufman faz ótima adaptação do livro de Milan Kundera, com Daniel Day-Lewis, Juliette Binoche e Lena Olin.
Os Idiotas, de Lars von Trier
Não se fala aqui apenas de amor e sexo. O grupo de pessoas ao centro dessa “história” quer viver livre, fora das amarras da sociedade e suas obrigações. A utopia até certa altura funciona. Eles tornam-se “idiotas”.
E Sua Mãe Também, de Alfonso Cuarón
Na companhia de uma mulher mais velha, dois rapazes pegam a estrada para viverem momentos de liberdade. A relação a três é, a certa altura, inevitável. Gael García Bernal e Diego Luna viraram astros.
Os Sonhadores, de Bernardo Bertolucci
O diretor italiano retorna a maio de 68, à relação a três, às liberdades da época. Na França, estudante americano envolve-se com dois irmãos franceses. O elenco tornou-se fetiche de toda uma geração.
Vicky Cristina Barcelona, de Woody Allen
Em viagem à Espanha, duas amigas envolvem-se com o mesmo homem. A certa altura, outra mulher entra nesse triângulo e bagunça ainda mais as estruturas. Oscar de atriz coadjuvante para Penélope Cruz.
Na Estrada, de Walter Salles
Da obra de Jack Kerouac. Narra os dias de um escritor em busca de sua inspiração, pelas estradas, em uma viagem de descobrimento. Também sobre suas relações com outros jovens de espírito livre, contestadores.
SOBRE O AUTOR:
Rafael Amaral é crítico de cinema e jornalista (conheça seu trabalho)

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