Os dez melhores filmes com Isabelle Huppert

O velho clichê das coisas que melhoram com o tempo, a exemplo do vinho, cabe a Isabelle Huppert. A pequena senhora agiganta-se em papéis desafiadores, como se vê em Elle, de Paul Verhoeven. Sua carreira atravessa décadas, com os mais diferentes diretores e mesmo em outros países, como os Estados Unidos. Filmou com Michael Cimino, por exemplo, o monumental O Portal do Paraíso. Nas filmagens, recebeu a visita de ninguém menos que Jean-Luc Godard, que a convidou para trabalhar em Salve-se Quem Puder – A Vida, lançado em 1980.

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Também esteve em filmes de grandes cineastas como Claude Chabrol, Bertrand Tavernier, Maurice Pialat, André Téchiné, Benoît Jacquot e Michael Haneke. Tornou-se comum esperar, todo ano, por novos filmes com Huppert. Somos sempre recompensados.

10) Minha Terra, África, de Claire Denis

Filme extraordinário sobre uma mulher que não aceita deixar sua propriedade, em uma África atolada na guerra civil. Seus funcionários já deixaram o local, e a isso se somam problemas familiares e a presença de guerrilheiros armados pela região. Denis, discípula do grande Jacques Rivette, faz um de seus melhores trabalhos.

minha terra áfrica

9) Paixão, de Jean-Luc Godard

O melhor Godard dos anos 80, no qual Huppert interpreta uma operária, companheira de um cineasta (Jerzy Radziwilowicz) e explorada pelo dono da fábrica (Michel Piccoli). Huppert já havia trabalhado com o diretor francês no anterior e também excelente Salve-se Quem Puder – A Vida, lançado dois anos antes.

paixão

8) A Bela que Dorme, de Marco Bellocchio

As várias personagens fictícias circundam um fato real: a morte de Eluana Englaro, em 2009, levada a cabo por sua família após uma batalha judicial. Bellocchio registra uma Itália dividida. Huppert interpreta uma mulher religiosa que se dedica 24 horas à filha, que se encontra presa à cama, em estado vegetativo.

bela que dorme

7) Loulou, de Maurice Pialat

Difícil compreender a atração por Loulou, a personagem errática de Gérard Depardieu. Esse homem mulherengo capta a atenção de Nelly (Huppert) durante uma festa. Não se separam mais. É o suficiente para ela deixar o antigo companheiro e viver com ele. Os atores voltariam a atuar juntos no recente O Vale do Amor.

loulou

6) Malina, de Werner Schroeter

O interior de uma escritora em um filme provocador, ousado, experiência que vai fundo na alma feminina, na mulher que procura escapar de seu labirinto. Malina não é a protagonista, mas sua personagem, o homem com quem vive, com quem divide confidências. Por outro lado, também pode ser ela, sua parte inseparável, mais controlada.

5) Um Assunto de Mulheres, de Claude Chabrol

Nos tempos de guerra, quando a França estava ocupada pelos alemães, a protagonista destaca-se fazendo abortos e vive bem, com roupas caras e sem dar muita bola ao marido militar. Um dos vários trabalhos interessantes que a atriz fez em parceria com o cineasta, com quem voltaria a se encontrar em Madame Bovary e A Comédia do Poder.

um assunto de mulheres

4) A Professora de Piano, de Michael Haneke

A pianista Erika Kohut (Huppert) mantém uma relação conflituosa com a mãe (Annie Girardot) ao mesmo tempo em que passa a ter um caso com um jovem aluno (Benoît Magimel). Ela quebra seu jeito contido com masoquismo e desejos reprimidos. Belo filme de Haneke. Prêmio de melhor atriz em Cannes para Huppert.

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3) O Portal do Paraíso, de Michael Cimino

O fracasso de bilheteria não impediu que fosse redescoberto e, por alguns, colocado no alto das listas de melhores filmes de todos os tempos. Huppert está em meio a um elenco grande, em uma história sobre a luta de estrangeiros contra proprietários de terras cheios de xenofobia – tema que continua atual.

portal do paraíso

2) As Irmãs Brontë, de André Téchiné

Huppert interpreta uma das três escritoras e irmãs, Anne, ao lado de Emily (Isabelle Adjani) e Charlotte (Marie-France Pisier). Há algo misterioso nesse grande filme, com três mulheres reclusas que, a certa altura, tomam rumos distintos. Mas, com suas fotografia em tons escuros, não se trata de uma cinebiografia comum.

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1) Mulheres Diabólicas, de Claude Chabrol

O clima hitchcockiano acompanha certa frieza. Duas mulheres – amigas e talvez um pouco mais – combinam um crime: matar a família que emprega uma delas, a personagem de Sandrine Bonnaire. Huppert é a outra, a companheira que conduz a esse jogo perigoso, no qual ninguém é confiável e cheio de perversão.

mulheres diabólicas

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