Os 20 melhores filmes de 1971

Que ano! Filmes de época, de artes marciais, faroestes, histórias de amores proibidos e muitos outros. Cabe um pouco de tudo nesta lista de 20 títulos que dialogam à perfeição com seu tempo – de um ponderado e classudo Visconti aos modernos Roeg, Truffaut e Hellman. Um apanhado de obras que nos fazem pensar e merecem profunda atenção.

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20) Duas Inglesas e o Amor, de François Truffaut

O cineasta apaixonado entrega um de seus filmes mais belos, sobre duas mulheres questionadoras que não sabem bem o que é amar. A vida delas muda quando conhecem o rapaz de Jean-Pierre Léaud.

19) Quando Explode a Vingança, de Sergio Leone

A parte do meio da chamada Trilogia da América, a menos lembrada, e tão suntuosa quanto as outras. Em cena, o grande Rod Steiger torna-se revolucionário ao acaso. A sequência de abertura é fantástica.

18) O Amor, de Károly Makk

É a história de uma velha senhora enganada sobre o paradeiro do filho. Ela vaga com uma suposta carta do rapaz em mãos. Conhecemos um pouco de seu passado. Um dos melhores filmes sobre a velhice.

17) Os Demônios, de Ken Russell

Devastador. O diretor teve seu filme censurado em diferentes locais do mundo, liberado apenas mais tarde, vítima de talhos. Mostra como a Igreja une-se ao Estado para destruir um homem, padre de uma pequena cidade.

16) Corrida Sem Fim, de Monte Hellman

O momento maior de Hellman, exemplar legítimo da Nova Hollywood. Pelas estradas, dois rapazes e uma garota a bordo de um Chevy 1955 fazem uma aposta com outro piloto, personagem de Warren Oates.

15) A Classe Operária Vai ao Paraíso, de Elio Petri

A classe operária não foi ao paraíso. A jornada em questão é de Lulu Massa, o operário favorito da fábrica que, após perder um dedo na linha de produção, passa a refletir sobre sua vida e o movimento operário.

14) O Estranho que Nós Amamos, de Don Siegel

Ferido, um soldado da União recebe os cuidados de diferentes mulheres que vivem em uma grande casa. Ele é o único homem por ali e, aos poucos, passa a despertar sentimentos ocultos em cada uma delas.

13) A Tocha de Zen, de King Hu

Nesse épico de artes marciais, um rapaz que vive com a mãe pinta retratos de pessoas procuradas pelas autoridades. Certo dia, ele vê-se em meio a um dilema: tem de pintar os traços justamente da mulher que ama.

12) Operação França, de William Friedkin

Dois policiais descobrem uma operação de franceses para a venda de alta quantidade de drogas nos Estados Unidos. Friedkin faz um filme abertamente sujo e realista e dá a Gene Hackman um grande papel.

11) Sob o Domínio do Medo, de Sam Peckinpah

Um professor termina em um ninho de cobras, na pequena cidade da jovem e desejada namorada. Peckinpah explora a violência dos grotões. A controversa cena do estupro é sempre alvo de debates.

10) Morte em Veneza, de Luchino Visconti

A beleza não resiste à cólera. O artista desfaz-se aos nossos olhos enquanto observa o garoto Tadzio. Sua maquiagem escorre à medida que a doença e a transpiração avançam, que a morte parece certa.

9) Os Emigrantes, de Jan Troell

Os primeiros momentos, enquanto Liv Ullmann espera por seu companheiro em um balanço, são inesquecíveis. Ela, ele e outros embarcarão em uma difícil viagem para a América.

8) O Mensageiro, de Joseph Losey

A história de um garoto entre dois amantes. Temos aqui um rústico Alan Bates e a sempre bela Julie Christie. Um pouco do mundo de classes, da chatice britânica. Uma inesperada Palma de Ouro em Cannes.

7) A Longa Caminhada, de Nicolas Roeg

Dois irmãos terminam no deserto australiano após o pai tomar uma atitude drástica e criminosa. Nessa longa caminhada, eles encontram um jovem aborígine em ritual de crescimento e provação perante sua tribo.

6) Cerimônias, de Nagisa Oshima

Oshima em estado puro. Como aponta o título, o filme é marcado por cerimônias, rituais, e o cineasta utiliza-os para questionar a maneira como os japoneses resistem às tragédias. Um dos melhores do diretor.

5) Domingo Maldito, de John Schlesinger

O diretor era versátil. Foi um dos principais nomes da renovação do cinema britânico e, nos Estados Unidos, fez Perdidos na Noite. De volta à Inglaterra, mira um triângulo amoroso que causou certo escândalo.

4) Sopro no Coração, de Louis Malle

O filho está perto de descobrir o sexo. Ele tem sopro no coração. Com ele, a bela mãe de Lea Massari vai a um spa. Acompanhamos o cotidiano do garoto, suas aventuras, suas libertações, e seu desejo pela mãe.

3) Laranja Mecânica, de Stanley Kubrick

Foi censurado no Brasil. Quando liberado, no fim dos anos 1970, veio com as famosas “bolinhas pretas”. Diz-se sobre ele quase sempre o mesmo: é um dos melhores do diretor e um dos filmes mais fortes de todos os tempos.

2) A Última Sessão de Cinema, de Peter Bogdanovich

O cineasta cinéfilo retorna à velha América de sonhos e em transformação, a uma antiga cidade e a seus jovens com a libido em alta, em encontros furtivos, postados para assistir ao último filme antes de o cinema fechar.

1) Quando os Homens são Homens, de Robert Altman

O faroeste revisionista por excelência. Por isso mesmo um dos maiores do gênero. Altman dá-nos a experiência dos jogadores e das prostitutas que ousam formar uma sociedade. Igreja, atiradores, prostíbulos, bares.

SOBRE O AUTOR:
Rafael Amaral é crítico de cinema e jornalista (conheça seu trabalho)

Veja também:
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