Os dez melhores filmes de Ingmar Bergman

A tarefa é difícil: resumir o que um grande cineasta fez em décadas de carreira. Como deixar de fora, de uma lista de melhores de Ingmar Bergman, filmes tão fortes como Face a Face, Noites de Circo, O Silêncio, O Ovo da Serpente e Vergonha? Após muita indecisão, eis os dez escolhidos.

10) Através de um Espelho (1961)

As férias de verão soam calmas. As personagens voltam-se ao teatro. Mas a protagonista, uma mulher atormentada por problemas mentais, vivida por por Harriet Andersson, vê seus demônios retornarem.

9) Morangos Silvestres (1957)

A viagem de uma vida toda, a do velho senhor que deve receber um título importante. Pelo caminho, sonhos, pesadelos, lembranças: o drama de alguém que volta aos morangos de sua juventude, aos amores passados.

8) Mônica e o Desejo (1953)

O filme que libertou o corpo feminino no cinema. Para Bergman, a mulher precisa ser encarada não mais segundo alguns estereótipos comuns; passa a ter força, desejo, autonomia em tela poucas vezes vista até então.

7) Fanny e Alexander (1982)

A infância entre a nostalgia do Natal e da família e o medo provocado pela clausura, pelas mudanças, pela religião personificada no padrasto. Bergman mescla situações de sua infância ao universo dos espíritos.

6) Luz de Inverno (1963)

A crise existencial de um pastor que, a certa altura, não pode mais dar algumas respostas – ou soluções – aos problemas de seus seguidores. A dor do mundo é expressa naquela igreja vazia, tal como a crise de fé do diretor.

5) Cenas de um Casamento (1973)

Os encontros e desencontros de um casal que, com o passar dos anos, mesmo com novos amantes, não consegue deixar de se ver. A dupla, Liv Ullmann e Erland Josephson, voltaria a se encontrar em Sarabanda.

4) A Hora do Lobo (1968)

O título refere-se ao momento entre o fim da noite e o amanhecer. Na obra, um homem é atacado por seus problemas mentais enquanto sua mulher, com ele isolada, tenta compreendê-lo. Aproxima-se do terror.

3) O Sétimo Selo (1957)

A Morte convida o cavaleiro para um jogo de xadrez. Enquanto jogam, de tempos em tempos, o espectador acompanha um filme de estrada composto por atores ambulantes, uma bruxa na fogueira e o risco da peste.

2) Gritos e Sussurros (1972)

Doente, prestes a morrer, uma mulher é cercada por suas irmãs. Os cômodos da casa explodem em vermelho; os rostos dessas mulheres ganham densidade na tela. Bergman era um mestre do close.

1) Persona (1966)

Isoladas em uma ilha, duas mulheres fundem-se. Uma delas, a atriz que perdeu a voz; a outra, uma enfermeira, fala sem parar. A obra-prima de Bergman pode ser definida como confronto de máscaras, de personalidades, nada a ver com o machista título nacional: Quando Duas Mulheres Pecam.

SOBRE O AUTOR:
Rafael Amaral é crítico de cinema e jornalista (conheça seu trabalho)

ACOMPANHE NOSSOS CANAIS: Facebook, YouTube e Telegram

Veja também:
Oito características para mergulhar no universo de Ingmar Bergman

Deixe um comentário