Numa quinta-feira, recebi um telefonema de Mauro Bolognini: “Escute, aquele ator francês não vem mais. Você faz O Belo Antônio para mim?”. “Claro”, respondi. “Conheço a história [um romance de Vitaliano Brancati] e sei que Pasolini também está no roteiro.”
“Aquele ator francês” era um tal de Carrier, ou Sarrière [na realidade, Jacques Charrier], que na época estava casado com Brigitte Bardot. Não sei por que ele não veio. Talvez, justamente por ser marido de Brigitte Bardot, tenha recusado o papel com medo de ser considerado impotente. Às vezes, os atores são um pouco idiotas. E, para sorte minha, fiz O Belo Antônio, aquele jovem siciliano impotente. Eu acho que é um filme muito bom. Há uma historinha simpática que demonstra o sucesso, a popularidade internacional que essa insólita personagem alcançou.
Não me lembro se no Brasil ou na Argentina, um ou dois anos depois do lançamento do filme, compraram dos Estados Unidos um navio de guerra usado que nunca funcionou. Esse navio foi então apelidado de El Bello Antonio! [Isso deve ter acontecido na Argentina. No Brasil, Belo Antônio foi o apelido de Simca Chambord, um carro bonito cujo motor deixava muito a desejar.]
Marcello Mastroianni, ator, em Eu me Lembro, Sim, Eu me Lembro (“El Bello Antonio Não Funcionava”; Editora DBA; pg. 60). Acima e abaixo, Mastroianni com a bela atriz Claudia Cardinale, que interpreta sua esposa em O Belo Antônio, de 1960.
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