Apesar do grande número de filmes americanos na lista abaixo, a presença nipônica chama a atenção. Está nas primeiras posições, e de forma merecida. É o auge do cinema japonês, com alguns de seus nomes mais importantes e obras-primas que durarão para sempre. E ainda há mais: franceses, italianos, suecos. Um pouco do melhor do cinema mundial.
RECEBA NOSSAS ATUALIZAÇÕES: Facebook e Telegram
20) Irmão, Irmã, de Mikio Naruse
Naruse nem sempre é lembrado entre os mestres japoneses da época. Uma pena. Eis aqui outro belo filme de sua coleção de dramas familiares, sobre uma família com diferentes conflitos.

19) O Diabo Riu por Último, de John Huston
Um elenco cheio de nomes famosos, com Bogart à frente. O roteiro – uma comédia sobre perdedores, sobre gente estranha em local distante – foi escrito por ninguém menos que Truman Capote.

18) O Pequeno Fugitivo, de Ray Ashley, Morris Engel e Ruth Orkin
Uma revelação e tanto do cinema independente americano, que mereceu a capa da prestigiada Cahiers du Cinéma à época do lançamento. Um filme sobre a infância, no qual acompanhamos a aventura de um garoto.

17) Noites de Circo, de Ingmar Bergman
Bergman fez mais de um grande filme em um único ano. É o caso de 1953. Aqui, as histórias de uma trupe circense. A cena em que uma mulher dança e se exibe para soldados, ao olhar do palhaço, tornou-se icônica.

16) Os Corruptos, de Fritz Lang
Lang na cidade da política aliada à máfia, e com um herói que resolve fazer as coisas à sua maneira quando matam sua mulher – a bomba no carro era para ele. Um filme que descortina a sociedade autoritária.

15) O Preço de um Homem, de Anthony Mann
Um dos grandes faroestes de Mann com o astro James Stewart, que, através deles, provou que não era apenas o herói perfeitinho de Capra, do mundo pré-guerra. Ele é o caçador de recompensas no rastro de um assassino.

14) O Sol Brilha na Imensidade, de John Ford
O mestre Ford retorna à personagem do juiz William Priest e consegue fazer um filme ainda melhor quando comparado ao clássico de 1934. Seu Priest alinha-se ao novo tempo, e a política marca presença.

13) A Saga de Anatahan, de Josef von Sternberg
Sternberg é mais lembrado pelos filmes que fez nos anos 1920 e 1930, sobretudo os com Marlene Dietrich. Nesse belo filme feito mais tarde, ele conta a história de soldados japoneses isolados na ilha de Anatahan.

12) Os Brutos Também Amam, de George Stevens
O faroeste clássico por excelência. O caubói que surge do nada, muda a vida da pequena cidade e vai embora – ao nada, outra vez, e aos gritos da criança que o idolatra. Tudo dá certo, até o insosso Alan Ladd.

11) Os Boas Vidas, de Federico Fellini
É talvez a primeira obra-prima de Fellini. Uma comédia sobre amigos que relutam em deixar a pequena cidade em que vivem. Acompanhamos suas aventuras, traquinagens, seus dramas e amores.

10) O Alucinado, de Luis Buñuel
Um dos melhores filmes sobre o ciúme. Sobre um homem que se deixa enlouquecer após se casar. Alguém que chega a aprisionar a mulher ao pensar que ela tem outro. A burguesia e a Igreja estão presentes.

9) Anjo do Mal, de Samuel Fuller
À época foi mal compreendido. Para alguns, Fuller era um reacionário. Aqui, ele dá a um bandidinho a possibilidade de heroísmo e transforma em seres odiosos os comunistas atrás de um microfilme.

8) Monika e o Desejo, de Ingmar Bergman
O corpo feminino revelado à tela. Um filme histórico, libertador, que tornaria Bergman amado entre a geração que explodiria a nouvelle vague na França. Harriet Andersson confronta-nos com seu olhar enigmático.

7) As Férias do Sr. Hulot, de Jacques Tati
Pequena obra-prima de Tati, a primeira aparição de sua personagem mais famosa, o desastrado que nunca fala nada, o homem alto e desengonçado que se comunica com o corpo, o inesquecível senhor Hulot.

6) A Roda da Fortuna, de Vincente Minnelli
Fred Astaire faz o que sabe fazer melhor. O filme tem alguns dos melhores números musicais do cinema. Tudo dá certo – inclusive uma improvável química entre o protagonista e a bela Cyd Charisse.

5) Salário do Medo, de Henri-Georges Clouzot
Em cena, o trabalho maldito, a condição social imposta pelas grandes empresas aos países latino-americanos. Qualquer movimento errado – em um caminhão com nitroglicerina – pode significar o fim.

4) Portal do Inferno, de Teinosuke Kinugasa
Parte da tríade de obras-primas japonesas deste ano. As outras duas vêm a seguir. Poucas vezes vimos cores tão belas no cinema. É sobre um guerreiro que se apaixona pela mulher que protege – uma mulher casada.

3) Desejos Proibidos, de Max Ophüls
Os movimentos de câmera de Ophüls correspondem à parte do espetáculo. Tudo começa com a venda de um par de brincos por uma mulher, para saldar dívidas, brincos que retornam pelas mãos de um homem.

2) Contos da Lua Vaga, de Kenji Mizoguchi
História de derrota, de amor e ilusão, história de fantasmas com a qual o mestre Mizoguchi chega à perfeição. Homem atraído por uma bela mulher – uma imagem – acaba por deixar a família de lado.

1) Contos de Tóquio, de Yasujiro Ozu
O maior Ozu? Provavelmente. Entre os tantos filmes que realizou, entre os tantos dramas de gente comum, é aqui que ele encontra o equilíbrio perfeito. A história de pais e filhos, de pais esquecidos, da grande cidade.

AUTOR: Rafael Amaral, crítico e jornalista

Veja também: Os 20 melhores filmes de 1952
Excelentes escolhas Rafael, parabéns! Apenas faço um pequeno reparo: não acho que os filmes de Minnelli e Tati tenham “peso” suficiente para estarem entre os 10 primeiros, o que, talvez, seria o caso de Fritz Lang e “Noites de Circo”. E vou procurar assistir os de Kinugasa e Naruse.
Abraços.