Os 20 melhores filmes de 1972

No ano em que Coppola e Bertolucci provaram estar no auge de suas carreiras, ainda sobrou espaço para grandes nomes – inclusive veteranos como Hitchcock e John Huston. Abaixo, é possível encontrar o melhor da sétima arte vindo de diferentes partes do mundo.

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20) A Primeira Noite de Tranquilidade, de Valerio Zurlini

Zurlini fez grandes dramas. Infelizmente dirigiu pouco. Nesse trabalho, entrega a Alain Delon talvez sua melhor interpretação, a de um professor desanimado com a vida e que se torna amante de uma de suas alunas.

19) Nós Não Envelheceremos Juntos, de Maurice Pialat

Drama pesado, difícil, seco, à maneira do mestre Pialat. Acompanhamos a relação de um casal, suas crises, conflitos, a dificuldade de manter um relacionamento a dois. E dois atores na medida certa.

18) Frenesi, de Alfred Hitchcock

O mestre do suspense retorna à Inglaterra. Seguimos aqui as investidas do vilão, até mesmo seus erros; e também o policial em seu jantar com a esposa, no qual a bela prataria acomoda a carne cortada.

17) Cidade das Ilusões, de John Huston

O diretor de O Falcão Maltês e Moby Dick finca os pés na Nova Hollywood. É um de seus melhores trabalhos, sobre dois boxeadores – um veterano, o outro mais jovem – no mundo das lutas e da vida miserável.

16) Imagens, de Robert Altman

O maverick americano embaralha nossa mente neste filme que, a exemplo de Três Mulheres, banha-se em Persona, de Bergman. E tem Susannah York em momento inspirado, premiada no Festival de Cannes.

15) Estado de Sítio, de Costa-Gavras

A história é ambientado em um país da América Latina tomado por uma ditadura militar. Quando um executivo americano é sequestrado por forças revolucionárias, a cidade é sitiada e tem início sua busca.

14) Os Inconfidentes, de Joaquim Pedro de Andrade

Abordagem brilhante e original da Inconfidência Mineira e de seu mais destacado membro, Tiradentes, interpretado por José Wilker. Várias vozes ocupam espaço nesse filme político do realizador de Macunaíma.

13) Roma de Fellini

O mestre italiano revela a grande cidade e personagens em variadas situações. Seu filme é episódico, oscila entre passado e presente, e nos leva às avenidas e becos da metrópole, à Igreja e às suas prostitutas.

12) Diabel, de Andrzej Zulawski

Após ganhar sua liberdade, saído de um manicômio, o protagonista encontrará um mundo ainda pior: em seu caminho estão as mais difíceis situações, também a presença do próprio Diabo.

11) Último Tango em Paris, de Bernardo Bertolucci

Depois do sucesso de O Conformista, Bertolucci fez esse grande filme com Marlon Brando. Em quase todo o seu decorrer há apenas duas personagens em cena, um casal que se encontra apenas para fazer sexo.

10) O Mercador das Quatro Estações, de Rainer Werner Fassbinder

Ninguém duvida da genialidade do realizador. Como em outros de seus filmes, essa é a história de um perdedor, um homem simples que quer progredir na vida, cuja mulher o trai com seu funcionário.

9) As Lágrimas Amargas de Petra Von Kant, de Rainer Werner Fassbinder

Outro Fassbinder. Outra evocação teatral que nunca chega a ser teatro filmado: uma obra que nos paralisa perante poucas personagens, mulheres presas em um cômodo, entre desejo e dependência.

8) O Discreto Charme da Burguesia, de Luis Buñuel

A cada tentativa de se reunir em celebração, o grupo de burgueses fracassa. Buñuel trabalha, mais uma vez, no limite do sonho – ou do pesadelo. E não poupa ninguém, dos casais abastados à Igreja.

7) Amargo Pesadelo, de John Boorman

Boorman fez grandes filmes. Este é um dos melhores. Acompanhamos quatro amigos que descem um rio em canoas. O que deveria ser um fim de semana de diversão vira um inferno quando eles encontram dois homens.

6) Cabaret, de Bob Fosse

A obra-prima de Fosse. Musical moderno sobre a vida em Berlim perto da chegada dos nazistas ao poder, quando ainda se respirava libertinagem. O cabaré é o espaço de vida, de danças que refletem o mundo do lado de fora.

5) Solaris, de Andrei Tarkovski

Muita gente viu aqui uma resposta soviética a 2001: Uma Odisseia no Espaço, de Stanley Kubrick. Muitas comparações foram feitas. E, como em outros filmes, Tarkovski oferece mais uma viagem sensorial.

4) S. Bernardo, de Leon Hirszman

É um dos maiores filmes do cinema nacional, baseado em uma obra de Graciliano Ramos. É sobre um homem preso à sua realidade rural, à sua brutalidade. A aparição de uma mulher dá outro rumo à história.

3) Gritos e Sussurros, de Ingmar Bergman

Em sua maior parte, um filme fechado, em vermelho, sobre a dor de quatro mulheres – irmãs e uma criada. Uma delas está morrendo. As outras aguardam e relembram o passado. Apenas a criada demonstra sensibilidade.

2) Aguirre, A Cólera dos Deuses, de Werner Herzog

Klaus Kinski tem um olhar penetrante, presença odiosa, imponente, como poucos atores conseguem conferir. Seu Aguirre crê-se maior que os homens, disposto a tudo para encontrar a riqueza de Eldorado.

1) O Poderoso Chefão, de Francis Ford Coppola

Não podia ser outro a ocupar a primeira posição. A obra máxima de Coppola é a melhor de 1972 e possivelmente a maior da década. Tudo está no lugar certo. Filme denso sobre o crime e a família.

SOBRE O AUTOR:
Rafael Amaral é crítico de cinema e jornalista (conheça seu trabalho)

Veja também:
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