Eu morava em Bel Air [bairro nobre de Los Angeles], e eu caminhava todas as manhãs por essa longa calçada e lia os jornais. Havia um grande crítico de cinema do Los Angeles Times, Charles Champlin, que sempre dava ótimas críticas aos meus filmes. Então eu fui e peguei o jornal um dia depois que O Comboio do Medo estreou em dois cinemas em Los Angeles e dois em Nova York. Então, estou subindo a colina e abro a página da resenha dele, e ela começa: “O que deu errado?” E o resto foi devastador. Foi quando eu soube. E então o público diminuiu, e Guerra nas Estrelas estreou e pegou todo o público – aquele era o único filme que você tinha que ver naquele ano.
(…) fiquei extremamente desapontado, porque honestamente achei que este era o melhor filme que já fiz, e ainda me sinto assim. Então eu me senti mal por não ter passado isso para o público. Eu não senti como se algo horrível tivesse sido feito comigo. Eu apenas pensei que tinha falhado. Eu absolutamente senti que tudo o que eu fazia, que achava que era tão brilhante, simplesmente não funcionava. Eu pensei que tinha decepcionado o público, e eu simplesmente não conseguia descobrir o que eu tinha feito de errado.
William Friedkin, cineasta, em entrevista à revista Sight & Sound (dezembro de 2017; reproduzida no site Cinephilia & Beyond). Acima e abaixo, o ator Roy Scheider nos bastidores de O Comboio do Medo.
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Também é o filme que mais gosto do Friedkin. Tive a oportunidade vê-lo no cinema em 2015, numa mostra voltada ao cinema da Nova Hollywood.