Os 20 melhores filmes de 1951

Nossas listas sempre primam pela diversidade. Aqui não é diferente. Mesmo com uma predominância de filmes americanos e japoneses, há obras suecas e francesas. E há mestres como Renoir, Hitchcock, Kazan e Ozu. E há dramas, musicais e comédias. Abaixo, 20 títulos inesquecíveis.

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20) Última Felicidade, de Arne Mattsson

Os jovens vivem no campo, descobrem o amor e o sexo. O filme causou algum escândalo e, à sua maneira, antecipou a liberdade que se veria pouco depois em Mônica e o Desejo, do mestre Ingmar Bergman.

19) O Idiota, de Akira Kurosawa

O protagonista, Kameda, é o tal idiota – ingênuo de mais, dono de um coração muito puro àquele universo deteriorado do Japão de bandidos e acompanhantes de luxo. Baseado na obra de Dostoiévski.

18) Conspiração, de Anthony Mann

Um policial precisa descobrir a rede de conspiradores que trama a morte do presidente Lincoln. Mann consegue ótimos resultados com esse “noir de época”, um filme emocionante e ambientado à beira da Guerra Civil.

17) Sinfonia de Paris, de Vincente Minnelli

Ganhou o Oscar de melhor filme, desbancando o favorito Um Lugar ao Sol. Tem sequências delirantes, ótima química entre o casal e a elegância comum ao realizador Minnelli. Um tipo de filme que não se faz mais.

16) Vida de Casado, de Mikio Naruse

A grande Setsuko Hara estrelou O Idiota, Também Fomos Felizes e Vida de Casado neste mesmo ano. Aqui, faz uma mulher cansada de seu cotidiano repetitivo e que a certa altura decide mudar tudo.

15) O Mistério da Torre, de Charles Crichton

Belo exemplar da comédia Ealing. Alec Guinness é o funcionário público que cansou de esperar por uma vida melhor e decidiu roubar o próprio trabalho, que inclui o transporte de grande quantidade de ouro.

14) Otelo, de Orson Welles

Welles fez grandes adaptações de Shakespeare. A dificuldade que envolveu a produção desse filme é sempre lembrada. Durante anos, entre altos e baixos, falta de recursos, Welles levou à frente sua realização.

13) Laços de Sangue, de Ida Lupino

A mãe molda – ou tenta moldar – a própria filha. Quer para ela o que não conseguiu. A moça torna-se uma jogadora de tênis. Os clubes chiques são espaços de ascensão social nesse belo drama da atriz e cineasta Lupino.

12) O Dia em que a Terra Parou, de Robert Wise

Um dos melhores filmes de ficção do período, no qual a invasão alienígena representava o medo do comunismo. O homem de outro mundo vem com uma mensagem de paz, ao lado de seu robô indestrutível.

11) Senhorita Oyu, de Kenji Mizoguchi

Poucos cineastas souberam movimentar a câmera tão bem quanto Mizoguchi. A história é simples e profunda: um homem apaixona-se por uma mulher e, para estar perto dela, casa-se com a irmã da amada.

10) Uma Aventura na África, de John Huston

Bogart e Hepburn têm grande química nessa aventura cômica que envolve um beberrão e uma missionária nos confins do continente africano, após a morte do irmão dela. Huston em grande forma.

9) Diário de um Padre, de Robert Bresson

As privações e dores de um padre em uma vila rural francesa. Acompanhamos sua fala interior, suas dúvidas, seus anseios e sua necessidade de se comunicar com Deus. Bresson é minimalista e certeiro.

8) A Montanha dos Sete Abutres, de Billy Wilder

A crítica ácida de Wilder à imprensa. O jornalista meia-boca de Kirk Douglas vê a chance de faturar algumas manchetes ao criar um circo após um acidente em uma mina, à qual um homem está preso.

7) Também Fomos Felizes, de Yasujiro Ozu

Setsuko Hara de novo! E, de novo, a família, o núcleo de força da filmografia de Ozu, aqui em busca de um companheiro para a filha mais nova (Hara), que trabalha como secretária em um escritório em Tóquio.

6) Pacto Sinistro, de Alfred Hitchcock

Dois homens encontram-se a bordo de um trem. Aproximam-se, falam de seus problemas e produzem o que vem a ser um acordo de crimes trocados. A clara atração entre os protagonistas é até hoje motivo de discussão.

5) Senhorita Júlia, de Alf Sjöberg

A relação entre a mulher que se pretende emancipada e seu criado que aos poucos se revela. Um filme inesquecível sobre o conflito entre sexos, o desejo que não se concretiza e os abismos entre classes sociais.

4) Um Lugar ao Sol, de George Stevens

Ninguém esquece os beijos trocados pelo belo casal Montgomery Clift e Elizabeth Taylor. E ninguém esquece a talentosa Shelley Winters como a pedra no sapato do rapaz, que se deixa seduzir pela alta sociedade.

3) O Rio Sagrado, de Jean Renoir

O mestre francês faz um filme de visual único na Índia. A vida e a relação entre ingleses para dentro dos muros de suas casas e as descobertas dos mais jovens que, pouco a pouco, descobrem o mundo do lado de fora.

2) Cinzas que Queimam, de Nicholas Ray e Ida Lupino

Lupino aparece nos créditos apenas como atriz. Ela faz uma mulher cega cujo irmão é procurado pela polícia. Robert Ryan é o policial da cidade grande que se aproxima dela e subitamente revela sentimentos ocultos.

1) Uma Rua Chamada Pecado, de Elia Kazan

Temos aqui Vivien Leigh, Marlon Brando, Kim Hunter e Karl Malden – todos em estado de graça. Temos Kazan na direção e o roteiro de Tennessee Williams, também autor da peça. Não tinha como dar errado. Obra-prima.

SOBRE O AUTOR:
Rafael Amaral é crítico de cinema e jornalista (conheça seu trabalho)

Veja também:
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3 comentários sobre “Os 20 melhores filmes de 1951

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