Enquanto Spielberg fez história ao colocar uma bola de pedra como armadilha a Harrison Ford, Zulawski aterrorizou plateias com a possessão de Adjani nos corredores escuros de uma estação de metrô. Ou seja, trata-se de um ano com um pouco de tudo, com filmes políticos e necessários.
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20) Scanners: Sua Mente Pode Destruir, de David Cronenberg
O diretor canadense explora, no clímax, a batalha de irmãos scanners, seres com o poder de invadir mentes alheias. Eles tentam se destruir. Vemos seus corpos derreterem. O resultado não vale contar.

19) Meu Jantar com André, de Louis Malle
O filme inteiro em um único ambiente, a partir do encontro de dois amigos. Andre Gregory e Wallace Shawn também são os autores do roteiro e estão incríveis. E o competente Malle não deixa por menos.

18) Você Se Lembra de Dolly Bell?, de Emir Kusturica
O primeiro longa-metragem do talentoso Kusturica é uma comédia sobre a descoberta do sexo e as conturbadas transformações sociais na Sarajevo dos anos 1960. Um filme pessoal, cheio de nostalgia.

17) Caçadores da Arca Perdida, de Steven Spielberg
Spielberg em grande forma, com um novo herói um pouco desajustado, um pouco cômico, e que captaria a atenção do espectador. O primeiro filme de uma franquia de sucesso, ainda longe de terminar.

16) A Mulher do Tenente Francês, de Karel Reisz
A história de amor entre duas personagens e, em paralelo, entre os atores que lhes dão vida. O amor dentro e fora do filme. Reisz trabalha com uma obra originalíssima e emocionante. Meryl Streep brilha.

15) Fuga de Nova York, de John Carpenter
O diretor está no terreno dos absurdos que tanto adora. Kurt Russell é o lendário Snake Plissken, que precisa salvar o presidente de uma zona proibida, uma grande prisão: a ilha de Manhattan.

14) Um Tiro na Noite, de Brian De Palma
A ligação com Blow-Up é explícita. Mas De Palma quer investigar o som e, por consequência, suas reverberações na arte cinematográfica. John Travolta é o sonoplasta que, no lugar errado, captou o som de um tiro.

13) Rio de Lama, de Kôhei Oguri
A amizade entre dois garotos à beira de um rio poluído. Um deles é de uma família dona de um restaurante; o outro, órfão de pai e filho de uma prostituta, vive em um barco atracado no local.

12) Possessão, de Andrzej Zulawski
Esse filme assombrou muita gente em sessões à meia-noite. Tem quem ama, tem quem detesta. Zulawski lança-nos a uma experiência que inclui Isabelle Adjani descontrolada e seu marido a segui-la. Além de um monstro.

11) Um Passeio por Paris, de Jacques Rivette
Do que fala Rivette nesse filme sensacional? De uma aventura acidental, à medida que suas situações nunca deixam prever o que vem depois. Duas mulheres pelas ruas de Paris e a impressão constante de improvisação.

10) Os Anos de Chumbo, de Margarethe von Trotta
Duas irmãs no centro da História, ao mesmo tempo separadas pela mesma: uma é jornalista e feminista, a outra está presa, considerada terrorista. Vencedor do Leão de Ouro no Festival de Veneza.

9) Cidadão Sob Custódia, de Claude Miller
Filmaço policial ambientado em uma única noite, no ano novo, quando um homem é suspeito de estuprar e matar duas crianças. É menos sobre o crime e mais sobre relações humanas. E ainda tem Romy Schneider.

8) O Homem de Ferro, de Andrzej Wajda
Continuação de O Homem de Mármore, na qual Wajda retorna à história do operário ideal aniquilado pelo sistema comunista, feito propaganda e usado pelas autoridades. Nessa segunda parte, a história do pai cruza a do filho.

7) Corpos Ardentes, de Lawrence Kasdan
Feliz remake de Pacto de Sangue, de Billy Wilder, de quem Kasdan nunca escondeu ser fã. Tem William Hurt como o advogado feito objeto sexual e criminoso e Kathleen Turner como uma perfeita femme fatale.

6) Eles Não Usam Black-Tie, de Leon Hirszman
Da peça de Gianfrancesco Guarnieri. Retrato humano e doloroso da luta operária no Brasil do ponto de vista dos membros de uma família simples, com confrontos e contradições. A cena do feijão fez história.

5) O Barco – Inferno no Mar, de Wolfgang Petersen
Claustrofóbico, o filme de Petersen tem o mérito de nos colocar no pior lugar do mundo – um submarino – em meio a uma guerra. Não há para onde correr. E cada homem estampa no rosto o desespero do ataque.

4) A Mulher do Lado, de François Truffaut
Dois amantes voltam a se encontrar. Não se esqueceram. Casaram com outras pessoas, e agora são vizinhos. O amor como desespero, em tom e segurança que Truffaut domina como poucos em seu ofício.

3) Francisca, de Manoel de Oliveira
Primeira adaptação de um livro de Agustina Bessa-Luís por Oliveira. A história de dois homens amargos que tentam compreender o que é amar. Quando um deles casa com uma mulher angelical, a tragédia aproxima-se.

2) Reds, de Warren Beatty
O grande jornalista John Reed assiste à Revolução Russa na companhia da liberal Louise Bryant. Beatty está ótimo como o autor de Dez Dias que Abalaram o Mundo, mas é Diane Keaton quem rouba a cena.

1) Pixote – A Lei do Mais Fraco, de Hector Babenco
A versão americana conta com o prelúdio documental no qual Babenco fala da realidade brasileira e do verdadeiro Pixote, do menino pobre escolhido para interpretar o pequeno marginal dessa obra-prima.

SOBRE O AUTOR:
Rafael Amaral é crítico de cinema e jornalista (conheça seu trabalho)
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