O ousado cineasta Alejandro Jodorowsky tentou realizar uma adaptação do livro de Frank Herbert, Duna, nos anos 1970, mas não obteve financiamento e o projeto naufragou. Mais tarde, os direitos do livro foram parar nas mãos da família De Laurentiis, que escolheu David Lynch para a empreitada.
E quando eu soube que David Lynch iria dirigi-lo… fiquei em pânico, porque eu admiro David Lynch. “Ele pode fazê-lo! Ele é o único, no momento, que pode, e ele vai fazê-lo!” Eu sofri porque era o meu sonho. Outra pessoa iria realizá-lo, talvez melhor do que eu. E então, quando o filme estreou aqui, eu disse que não ia ver, porque iria morrer. E meus filhos disseram: “Não, somos guerreiros. Você precisa assistir”. E me levaram como uma pessoa doente ao cinema. Pensei que ia chorar. Então comecei a assistir. E pouco a pouco, pouco a pouco, pouco a pouco… fui ficando feliz, porque o filme era péssimo! É um fracasso! Bem, é uma reação humana, não? Não é nobre, mas eu tive esta reação. Eu disse: “Não é possível. Não [foi] David Lynch [que fez], que é um grande artista”. Foi o produtor quem fez aquilo.
O depoimento de Jodorowsky está no documentário Duna de Jodorowsky, de Frank Pavich, de 2013. Acima, Jodorowsky no documentário.
Veja também:
Duna, de David Lynch
Eu não vou rir!
Pra rir, tenho que entender.
Não entendi o primeiro, logo…
😳