A história surgiu do fato de que, originalmente, eu queria fazer uma história sobre um crime muito, muito desagradável. Eu era casado naquela época e minha esposa, Thea Von Harbou, era a roteirista. Conversamos sobre o crime mais hediondo e decidimos que seria escrever cartas anônimas. Até que um dia eu tive uma ideia e cheguei em casa e disse “o que seria se eu fizesse um filme sobre um assassino de crianças?”. E então mudamos. Ao mesmo tempo, em Düsseldorf, uma série de assassinatos de jovens e velhos estava acontecendo, mas, pelo que me lembro, o roteiro estava pronto e terminado antes que capturassem aquele assassino.
Eu tinha Peter Lorre em mente quando estava escrevendo o roteiro. Ele era um ator promissor e havia representado duas ou três coisas no teatro em Berlim, mas nunca antes na tela. Eu não dei a ele um teste, eu estava absolutamente convencido de que ele era a pessoa certa para o papel. Era muito difícil saber como dirigi-lo. Acho que um bom diretor não é aquele que coloca sua personalidade em cima da personalidade do ator. Acho que um bom diretor é aquele que tira o melhor de seu ator. Então, conversamos sobre isso com muito, muito cuidado com ele e então o fizemos. De qualquer forma, foi meu primeiro filme sonoro, então estávamos experimentando muito.
Fritz Lang, cineasta, em entrevista a Alexander Walker, da BBC (reproduzida no site Cinephilia & Beyond, do qual retiramos o trecho; leia a entrevista aqui em inglês). Acima e abaixo, Lang e sua equipe nos bastidores.
ACOMPANHE NOSSOS CANAIS: Facebook e Telegram



Veja também:
Fritz Lang: 80 anos, por José Lino Grünewald