O cinema não tem mais o espaço na sociedade que ocupava no passado. Apenas a sala permanece de sua experiência original. Os filmes são feitos e consumidos de uma maneira muito diferente. Suas imagens são digitalizadas para serem veiculadas na televisão, computadores, tablets e telefones celulares. O que favorece um tipo de recepção cada vez mais próximo da noção de consumo. Não é de estranhar que se fale tanto de usuários quanto de telespectadores… Desde sua invenção, a projeção de um filme envolveu um ato de contemplação. Significava uma opção de vida diferente, o sonho comum na escuridão da sala pública. Não tinha nada a ver com a condenação da privacidade doméstica típica das telas pequenas. O novo regime modificou substancialmente o que foi chamado de “lugar do espectador”.
Víctor Erice, cineasta, em entrevista ao El Cultural (abril de 2019; leia aqui).
ACOMPANHE NOSSOS CANAIS: Facebook e Telegram
Veja também:
Godard: “Mônica é um filme do mais original dos cineastas”
