Quando eu era criança, ele [Quanto Mais Quente Melhor] era mostrado todos os anos, perto do Natal, na televisão estatal polonesa. Não tenho ideia do motivo – talvez as autoridades comunistas esperassem que Marilyn Monroe minasse o espírito solene do Natal cristão. Era um dos favoritos do meu pai e eu me lembro de assisti-lo quando era criança e não entender nenhuma das sutilezas, mas apenas ser dominado por aquele mundo, os personagens legais, as belas imagens e lugares, o Massacre do Dia de São Valentim, a perseguição de carro com a bebida saindo de caixões furados, a festa no trem, a música, as piadas. O encanto não se dissipou ao longo das décadas, e a ironia e generosidade de Billy Wilder, e sua sabedoria sobre a vida, vão me fazer lembrar para sempre do meu pai.
Pawel Pawlikowski, cineasta, em depoimento ao site da Criterion (31 de dezembro de 2018; leia aqui). Pawlikowski dirigiu, entre outros filmes, Guerra Fria e Ida. Acima, Marilyn Monroe em cena de Quanto Mais Quente Melhor; abaixo, Tony Curtis e Jack Lemmon em suas personagens.
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