Em entrevista à revista Empire, na ocasião do lançamento de Mais Estranho que a Ficção, o ator Dustin Hoffman lembrou das dificuldades que passou no início da carreira e como tudo mudou após A Primeira Noite de um Homem.
Não sei no seu trabalho quantas vezes você pode ser rejeitado (…) Não passe por isso, “Ok, obrigado, vamos ligar para você…”. E então surge A Primeira Noite de um Homem, o que é como um acidente estranho, e então eu recusei tudo [o que lhe foi oferecido depois]; era preocupante, por qualquer motivo. O próximo filme foi Perdidos na Noite, que finalmente peguei, tipo, um ano depois. E todo mundo estava me ligando, dizendo: “Você não pode fazer esse papel, é um papel coadjuvante. Esse não é o caubói, não é o protagonista, o protagonista é Jon Voight, você é uma estrela agora, não pode voltar atrás e ter um papel secundário. Você vai perder tudo o que você fez”.
Empire: O que você disse?
Eu disse: “Não, eu gosto do papel”. Então as pessoas diziam: “Olhe para aquele personagem: ele não é atraente. Pelo menos em A Primeira Noite de um Homem você foi feito para parecer atraente, mas aqui…” Eu disse: “Não, eu não quero ser uma estrela. Eu quero ser um ator”.
Na mesma entrevista, o ator confessou que, apesar de tanta procura por oportunidades no início de sua carreira, tinha medo do sucesso. Não teve jeito. Após o filme de Mike Nichols sobre um rapaz que se envolve com a mulher do sócio de seu pai veio a difícil encarnação do morador de rua que se torna o melhor amigo de um caubói em Nova York. O filme de John Schlesinger recebeu três Oscar, incluindo a estatueta mais cobiçada, e se tornou o primeiro longa proibido para menores a alcançar tal feito.
A entrevista de Hoffman foi publicada na edição da Empire de dezembro de 2006 (leia aqui em inglês). Acima, Dustin Hoffman e Jon Voight em Perdidos na Noite; abaixo, Hoffman no mesmo filme, no papel de Ratso Rizzo.
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Perdidos na noite é incrível justamente pela participação de Hoffman. Para mim, o personagem não principal fez o personagem principal virar gente.
Sem dúvida o filme ganha muito com ele. Abraços.