Filme em preto e branco, acredito que tenha a fotografia mais difícil. Você não apenas tira a cor. O grande desafio do preto e branco é obter profundidade em preto e branco. Se você iluminar o preto e branco suavemente, achatará a imagem. Se você quer fazer alguém saindo das sombras, deve criar a sombra de onde a pessoa sairá.
(…)
Stanley [Kubrick] é o maior manipulador de luzes de todos os tempos. Ele mexia com todas as lâmpadas e sabia exatamente o efeito que a lâmpada daria. E ele trabalhava com dois cinegrafistas, eles trabalhariam juntos, mas ele ditava o estilo da luz. A maior parte era uma luz prática. Ele era principalmente um homem de iluminação prática [usando a luz que está na própria cena].
(…)
Stanley foi meio corajoso em deixar [Dr. Fantástico] meio preto, meio escuro. Você pode ocultar os sets melhor com o preto e branco. A Sala de Guerra, a magia dessa cena é a escuridão. Eles [os personagens] não têm luz.
(…)
A preferência de lentes de Stanley é inteligente de certa forma porque ele entende como será a imagem em um cinema. E ele entendia como se estivesse sentado na melhor fila do cinema, o que queria ver na tela. E, geralmente, com tantas informações em cena, ele trabalhava com lentes grande angular, mais do que muitos diretores. E é por isso que a Sala de Guerra parece ótima, porque é filmada em uma lente grande angular que a faz parecer enorme.
Joe Dunton, diretor de fotografia, no documentário Kubrick e a Busca pela Perfeição: Joe Dunton e Kelvin Pike (nos extras da edição em blu-ray de Dr. Fantástico; Versátil Home Vídeo). Dunton foi consultor técnico de câmera em De Olhos Bem Fechados, último filme de Stanley Kubrick. Acima, imagem de Dr. Fantástico; abaixo, imagem da Sala de Guerra, no mesmo filme.
RECEBA NOSSAS ATUALIZAÇÕES: Facebook e Telegram

Veja também:
A crítica, segundo Woody Allen