Não há fade in, como você sabe. Abrimos com um corte direto. Naquela cena, os atores usaram efetivamente a câmera. Eles seguraram a câmera; ela estava amarrada neles. Para a primeira tomada, o cafetão tem a câmera atada a seu peito. Eu disse a [Constance] Towers: “Bata na câmera”. E ela bateu na câmera, na lente. Daí eu inverti. Coloquei a câmera nela, enquanto ela batia à beça nele. Achei que funcionava. Ela teve dificuldades de se maquiar no fim da cena, porque teve que usar a lente como espelho. Quando os créditos vêm, ela está olhando para a lente.
Samuel Fuller, cineasta, em entrevista a Eric Sherman e Martin Rubin, em Los Angeles, em novembro de 1968 (originalmente publicado em The Director’s Event: Interviews with Five American Film-Makers; Nova York: Atheneum Books, 1970; e republicado em português no catálogo da mostra Samuel Fuller – Se Você Morrer, Eu Te Mato!, do CCBB, em 2013; pg. 148; tradução de Guilherme Semionato). Acima e abaixo, a atriz Constance Towers na famosa abertura de O Beijo Amargo, de 1964.
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