A certa altura do filme, Bonnie e Clyde capturam o delegado texano Frank Hamer, que os persegue. Mais do que qualquer outra sequência de Bonnie e Clyde: Uma Rajada de Balas, esta apresenta Bonnie como uma mulher liberada, livre para desafiar até mesmo a autoridade masculina representada por Hamer. Sua afetação com o charuto, bem como a sua insolência ao beijar Hamer na boca, expressam simbolicamente essa liberação. (O verdadeiro Hamer, a pedido do governo estadual, retomou seu cargo de delegado em 1934 e caçou Bonnie e Clyde, mas jamais foi humilhado pessoalmente por eles.)
A imprensa publicava com frequência que Bonnie Parker fumava charutos, mas o único indício disto era a fotografia encontrada durante a invasão aos aposentos do bando dos Barrows mostrando Bonnie, brincalhona, com o pé no para-choque de um automóvel, um revólver na mão e o charuto de Buck Barrow na boca. Daí em diante, ela passou a ser identificada como uma moça que gostava de charutos, o que a irritava e também à sua família.
Nancy F. Cott, professora de História, em artigo publicado em Passado Imperfeito – A História no Cinema (organização de Mark. C. Carnes; editora Record; pg. 220). Acima e abaixo, Faye Dunaway como Bonnie Parker em Bonnie e Clyde: Uma Rajada de Balas, de 1967.
ACOMPANHE NOSSOS CANAIS: Facebook e Telegram
Veja também:
A dura vida de um crítico de cinema