Os técnicos decidiram rodar primeiro o grande incêndio de Atlanta. Ray Klune, o diretor de produção, sabia que não se podia manter aquele imenso fogo vivo por mais de 40 minutos, que eram necessárias todas as câmeras de Technicolor existentes em Hollywood (sete) e isso iria ocorrer num sábado, 10 de dezembro de 1938. Prevendo possíveis problemas, o Departamento de Bombeiros de Los Angeles levou dez esquadrões; dentro do estúdio, outros 50 bombeiros e 200 auxiliares. Klune contratou Lee Zavitz, o maior especialista em efeitos especiais. E Zavitz encontrou uma solução para manejar o fogo na sua fantasia: uma rede dupla de tubos que lançariam querosene e água, respectivamente. E o que queimariam, no estúdio de Culver City? Velhos cenários. Assim se livrariam daquelas imensas armações de madeira e papelão e as chamas seriam prodigiosas: arderam cenários de Um Garoto de Qualidade, O Rei dos Reis, O Último dos Moicanos e a porta gigante de King Kong.
(…)
[o diretor George] Cukor [contratado por David. O Selznick e depois demitido] assistiu à filmagem, mas as câmeras foram dirigidas pelo responsável pela fotografia, Ray Rennahan, e o responsável técnico por toda a produção, William Cameron Menzies. Duzentos convidados foram testemunhas do acontecimento e metade da população, assustada, chamou os bombeiros, pensando que o incêndio era autêntico.
Gregorio Belinchón, jornalista do El País, em E o Vento Levou – Coleção Folha Clássicos do Cinema vol. 1 (pgs. 25 e 26). Acima, imagem da famosa sequência de E o Vento Levou; abaixo, seus bastidores.
Curta nossa página no Facebook e siga nosso canal no YouTube
Veja também:
Bastidores: Doutor Jivago