Rossellini, inspiração para Truffaut

Todos os novos nomes que surpreendiam os produtores franceses em 1959, quando estes os descobriam semanalmente na lista dos filmes em preparação, já eram velhos conhecidos de Rossellini: Rouch, Reichenbach, Godard, Rohmer, Rivette, Aurel. Rossellini, com efeito, foi quem primeiro leu os roteiros de Nas Garras do Vício e Os Incompreendidos. Foi ele quem deu a ideia de Eu, um Negro a Jean Rouch, depois de assistir a Les Maîtres Fous.

 

Terei sido influenciado por Rossellini? Sim. Seu rigor, sua seriedade e sua lógica tiraram um pouco do meu entusiasmo hipócrita pelo cinema americano. Rossellini detesta os créditos astuciosos, as cenas anteriores aos créditos, os flashbacks e, de um modo geral, tudo o que é decorativo, tudo o que não está diretamente ligado à ideia do filme ou ao caráter dos personagens.

 

Se, em alguns dos meus filmes, tentei acompanhar simples e honestamente um único personagem, e de uma maneira quase documental, devo isso a ele. Com exceção de Vigo, Rossellini é o único cineasta que filmou a adolescência sem ternura e Os Incompreendidos deve muito a seu Alemanha, Ano Zero.

François Truffaut, cineasta, em Os Filmes da Minha Vida (“Roberto Rossellini prefere a vida”, artigo de 1963; Editora Nova Fronteira; pg. 305). Acima, Truffaut, Roberto Rossellini e Jeanne Moreau em 1962; abaixo, Truffaut e Rossellini nos anos 1950, quando o primeiro foi assistente do segundo.

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