Basicamente, existem muitos filmes, e a maioria deles apenas recicla tudo o que já existe. Não vejo necessidade de ser outra pessoa que apenas recicla o que já está lá. O filme [O Sétimo Continente] tenta mostrar que somos vítimas das estruturas que construímos, do nosso ambiente. E todas essas coisas são metáforas para essas estruturas.
O que realmente me interessou não foi a existência de uma família que cometeu suicídio, porque, por mais triste que seja, existem muitas. O que eu achei fascinante foi que havia uma família que vai em frente e comete suicídio, mas, antes disso, destrói tudo o que possui. Eu pensei que era uma boa metáfora para a nossa situação.
Michael Haneke, cineasta, sobre seu primeiro filme feito para o cinema, O Sétimo Continente, de 1989. O filme mostra uma família que opta pelo suicídio e se isola em sua destruição. É a primeira parte da chamada Trilogia da Frieza, composta também por O Vídeo de Benny e 71 Fragmentos de uma Cronologia do Acaso.
O trecho acima está na entrevista de Haneke à IndieWIRE (12 de abril de 2001; leia aqui em inglês). Acima e abaixo, cenas de O Sétimo Continente.
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