Os dez maiores perdedores da história do Oscar

Os dez filmes abaixo somam 92 indicações ao prêmio mais famoso do cinema. Desse bolo não saiu uma estatueta sequer. Alguns tiveram mais indicações – e para prêmios mais importantes – do que outros. A lista mostra que filmes queridos nem sempre vencem e são vítimas das circunstâncias.

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A produção da lista abaixo levou em conta, primeiro, o número de indicações. Quanto mais indicado, mais alto o filme está no ranking. Entre os filmes com o mesmo número de indicações, os que foram lembrados em categorias mais importantes – sobretudo nas cinco principais (filme, diretor, ator, atriz e roteiro), sendo a de coadjuvante um peso para desempate – ficaram em posições mais altas.

10) O Poderoso Chefão – Parte 3, de Francis Ford Coppola

Indicado a sete Oscars em 1991: melhor filme, diretor, ator coadjuvante, fotografia, direção de arte, edição e trilha sonora. Não ganhou nenhum.

Os dois primeiros filmes da saga ganharam como melhor filme. A segunda parte, de 1974, deu o Oscar para Coppola. O terceiro, feito mais tarde e com um chefão cansado (Al Pacino), não empolgou tanto. Dança com Lobos foi o grande vencedor dessa edição, que ainda tinha Os Bons Companheiros.

9) Um Sonho de Liberdade, de Frank Darabont

Indicado a sete Oscars em 1995: melhor filme, ator, roteiro adaptado, fotografia, edição, trilha sonora e som. Não ganhou nenhum.

Um dos filmes mais adorados do cinema (primeiro lugar na lista dos melhores de todos os tempos do IMDB) é também um dos perdedores notórios dos prêmios da Academia. Sequer o diretor foi indicado. Era o ano de Forrest Gump, que levou várias estatuetas.

8) O Homem Elefante, de David Lynch

Indicado a oito Oscars em 1981: melhor filme, diretor, ator, roteiro adaptado, direção de arte, figurino, edição e trilha sonora. Não ganhou nenhum.

Lembrado por suas incursões surrealistas, Lynch realiza um drama em preto e branco, no qual o ator central, John Hurt, passa o filme inteiro sob pesada maquiagem para viver John Merrick. Consegue momentos sublimes e ainda tem Anthony Hopkins no elenco.

7) Vestígios do Dia, de James Ivory

Indicado a oito Oscars em 1994: melhor filme, diretor, ator, atriz coadjuvante, roteiro adaptado, direção de arte, figurino e trilha sonora. Não ganhou nenhum.

Belo drama de emoções contidas, com Anthony Hopkins e Emma Thompson, ambientado quase todo em uma mansão. A delicadeza do cineasta é conhecida. No ano anterior, o diretor chegou também ao prêmio com o belo Retorno a Howards End.

6) O Irlandês, de Martin Scorsese

Indicado a dez Oscars em 2020: melhor filme, diretor, ator coadjuvante (duas vezes), roteiro adaptado, fotografia, direção de arte, figurinos, edição e efeitos visuais. Não ganhou nenhum.

Outra vez a Academia mostrou não estar empenhada em premiar Scorsese. Seu filme enfrentou concorrentes de peso, como 1917 e Parasita. Saiu da festa sem nada, inclusive sem um merecido prêmio para Al Pacino ou Joe Pesci como coadjuvantes, ambos sensacionais.

5) Gangues de Nova York, de Martin Scorsese

Indicado a dez Oscars em 2003: melhor filme, diretor, ator, roteiro original, fotografia, direção de arte, figurino, edição, trilha sonora e som. Não ganhou nenhum.

O pior filme de Scorsese das últimas décadas foi bem representado ao Oscar e terminou sem prêmios. O cineasta levou o Globo de Ouro, mas perdeu a estatueta dourada para Roman Polanski e seu drama O Pianista, sobre o Holocausto. O destaque fica para Daniel Day-Lewis.

4) Bravura Indômita, de Ethan e Joel Coen

Indicado a dez Oscars em 2011: melhor filme, diretor, ator, atriz coadjuvante, roteiro adaptado, fotografia, figurino, direção de arte, mixagem de som e edição de som. Não ganhou nenhum.

A Academia preferiu O Discurso do Rei ao bom faroeste dos Coen, que já havia sido filmado nos anos 60 com John Wayne no papel de Rooster Cogburn (e que lhe valeu o Oscar de melhor ator). Nem a bela fotografia de Roger Deakins recebeu a estatueta dourada.

3) Trapaça, de David O. Russell

Indicado a dez Oscars em 2014: melhor filme, diretor, ator, atriz, ator coadjuvante, atriz coadjuvante, roteiro original, figurino, edição e direção de arte. Não ganhou nenhum.

Em um ano em que os prêmios foram divididos entre 12 Anos de Escravidão e Gravidade, o filme do badalado O. Russell ficou sem nada. Narra os trambiques e aventuras de quatro personagens, entre política, máfia e ações do FBI, com saídas cômicas, boas canções e diálogos rápidos.

2) A Cor Púrpura, de Steven Spielberg

Indicado a 11 Oscars em 1986: melhor filme, atriz, atriz coadjuvante (duas vezes), roteiro adaptado, fotografia, direção de arte, figurino, trilha sonora, canção e maquiagem. Não ganhou nenhum.

Ninguém entendeu a ausência de Spielberg na categoria de melhor diretor – mesmo tendo vencido, no mesmo ano, o prêmio do Sindicato dos Diretores. Filme tocante, com Whoopi Goldberg em seu melhor momento. No mesmo ano, o grande vencedor foi Entre Dois Amores. Outros filmes de peso se destacaram nessa edição, como A Testemunha, vencedor de roteiro original e edição, e RAN, de Kurosawa, tendo o melhor figurino.

cor purpura

1) Momento de Decisão, de Herbert Ross

Indicado a 11 Oscars em 1978: melhor filme, diretor, atriz (duas vezes), ator coadjuvante, atriz coadjuvante, roteiro original, fotografia, direção de arte, edição e som. Não ganhou nenhum.

A rivalidade entre antigas bailarinas dá corpo a esse drama de Ross, também à frente de outro filme de sucesso – e indicado ao Oscar – no mesmo ano: A Garota do Adeus. Ao centro, duas grandes atrizes da época, Anne Bancroft e Shirley MacLaine, dividem seus dramas. Nada demais.

SOBRE O AUTOR:
Rafael Amaral é crítico de cinema e jornalista (conheça seu trabalho)

Veja também:
Do pior ao melhor: todos os 55 indicados ao Oscar de melhor filme nos anos 2000

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