O cinema é exatamente o espetáculo de nossa época. Tem o mesmo peso do teatro ou da televisão. Pois embora cada um tenha suas particularidades diferentes, possuem muito em comum. Ou seja, devem contar, ao homem, histórias de homens, realizar uma comunhão entre um público vivo e um espetáculo vivo. No cinema, um dos dois elementos muda: o público é vivo, o espetáculo, enlatado. Chegará o dia em que teremos os dois enlatados. Num determinado momento, todavia, a raiz da coisa permanece a mesma: contar uma história que represente e faça parte de nossa época, como um documento. Quero dizer que o cinema é um caldeirão que vai do espetáculo mais vulgar à arte mais elevada.
Lina Wertmüller, cineasta, em entrevista à revista Veja (30 de julho de 1975; reproduzida no catálogo da Mostra Commedia All’italiana; Aeroplano Editora; pg. 208). Acima, Mariangela Melato em cena de Amor e Anarquia; abaixo, Wertmüller em junho de 1972.
Curta nossa página no Facebook e siga nosso canal no YouTube
Veja também:
Forman: “nada adianta um parque tecnológico sofisticado se você não tiver uma boa história para contar”