Dos Estados Unidos à França, do Brasil a Taiwan, a lista abaixo reúne diferentes cinemas e autores. Algumas das obras listadas são famosas e premiadas, outras nem sempre figuram em listas que correm a internet. Oportunidade de redescobrir filmes valiosos do fim de uma década.
20) Sociedade dos Poetas Mortos, de Peter Weir
O levante dos alunos, sobre suas carteiras na sala, ao fim, é inesquecível. Robin Williams brilha no papel do novo professor, a despertar nos pupilos a poesia e o pensamento crítico, contra os conservadores ao redor.
19) Drugstore Cowboy, de Gus Van Sant
Foi descrito como uma nova versão de Bonnie e Clyde, o clássico de 1967. Faz sentido: os delinquentes em questão trocam os bancos pelas farmácias nesse filme ágil de Van Sant, que depois faria Garotos de Programa.
18) Pecados de Guerra, de Brian De Palma
Tarantino declara-se grande fã deste filme de De Palma, obra forte, sem concessões, sobre o Vietnã. Tem Sean Penn enlouquecido e Michael J. Fox como seu contraponto, o rapaz que se vê perdido entre o conflito.
17) Nascido em 4 de Julho, de Oliver Stone
Um dos melhores filmes de Stone, outra vez no terreno do Vietnã. Tom Cruise interpreta Ron Kovic, do patriotismo cego à contestação. A cena em que corre na chuva, ao som de “Moon River”, é inesquecível.
16) Roger e Eu, de Michael Moore
O pentelho Moore vai atrás de Roger Smith, presidente da General Motors, para esclarecer a demissão em massa e o fechamento de fábricas em Flint, no Michigan. Retrato ácido sobre as mazelas do capitalismo.
15) Santa Sangre, de Alejandro Jodorowsky
Jodorowsky é um rebelde, autor de filmes inclassificáveis. Aqui, um ex-artista de circo foge de um hospital psiquiátrico para se juntar à mãe. Pode ser descrito como uma mistura de Monstros com Luis Buñuel.
14) O Sétimo Continente, de Michael Haneke
A família perdeu a vontade de viver. Enclausura-se, rende-se ao nada nesse filme perturbador, primeiro longa de Haneke para o cinema. Entre tantos símbolos, o peixe, entre a destruição da casa, fica na mente.
13) Faça a Coisa Certa, de Spike Lee
Em um dia de calor nas alturas, alguém resolve questionar por que há apenas retratos de ítalo-americanos em uma pizzaria localizada em bairro negro. É o estopim para os mais variados conflitos.
12) Trem Mistério, de Jim Jarmusch
Depois de Estranhos no Paraíso e Down By Law, Jarmusch firmou-se como uma dos autores mais interessantes dos anos 80. Em Trem Mistério, três histórias diferentes entrelaçam-se sob o espírito de Elvis Presley.
11) O Bando das Quatro, de Jacques Rivette
Rivette sendo Rivette – o que é ótimo! Jovens atrizes dividem uma casa e estudam em uma escola de teatro. Um delas namora um criminoso e, a certa altura, um policial aproxima-se de outra, o que traz confusão.
10) Ilha das Flores, de Jorge Furtado
O curta-metragem mais famoso do cinema brasileiro. Na tela, o ciclo da comida, ou do tomate, que sai do supermercado e termina no lixo. E por ali, pela câmera de Furtado, flagra-se a diferença entre homens e porcos.
9) O Matador, de John Woo
Tem algumas das cenas de ação mais eletrizantes do cinema oriental. Woo já era conhecido antes dessa obra e aqui pôde trabalhar outra vez com os códigos do gênero policial, que lhe tornou mundialmente famoso.
8) Twin Peaks: o episódio piloto, de David Lynch
Antes de embarcar na série, o mestre Lynch fez esse ótimo episódio piloto. A abertura traz a pergunta que moveria a história e deixaria o público americano preso às telas da tevê: quem matou Laura Palmer?
7) O Meu Século 20, de Ildikó Enyedi
Filme belíssimo e pouco lembrado. Dorota Segda interpreta duas personagens, uma cortesã e uma anarquista. Irmãs em um século de transformações, de extremos, de muitas novidades científicas.
6) Sexo, mentiras e videotape, de Steven Soderbergh
Uma Palma de Ouro para um início de carreira, mas não imerecida. O filme é rápido, original, tem ótimos diálogos e sinaliza – entre a comédia – o poder de homens e mulheres com câmeras portáteis.
5) Um Homem Meio Esquisito, de Patrice Leconte
O diretor francês costuma ser mais lembrado por O Marido da Cabeleireira, que fez logo em seguida. Tem aqui o “esquisito” Michel Blanc, um voyeur, acusado de cometer um assassinato. E tem também Sandrine Bonnaire.
4) Crimes e Pecados, de Woody Allen
As personagens mais importantes encontram-se apenas nos momentos finais. Allen banha-se em Dostoievski e faz um de seus melhores filmes – às vezes cruel, às vezes cômico. Com o ótimo Martin Landau.
3) Jesus de Montreal, de Denys Arcand
Jesus pode operar milagres de outras maneiras. Jesus, no belo filme de Arcand, é o protagonista de uma adaptação polêmica de A Paixão. Pela ousadia, a trupe de atores passa a sofrer alguns problemas.
2) A Cidade das Tristezas, de Hou Hsiao-hsien
Longo, belo, com planos gerais em abundância. Um dos pontos altos do novo cinema taiwanês, sobre os conflitos no seio de uma família a partir de 1945. A História, com a relação entre Taiwan e China, é pano de fundo.
1) O Decálogo, de Krzysztof Kieslowski
Dez filmes sobre os dez mandamentos. Dois deles tornaram-se longas: Não Matarás e Não Amarás. O site optou em agrupá-los em uma única posição. Admirada por Kubrick, é a obra máxima do polonês Kieslowski.
Curta nossa página no Facebook e siga nosso canal no YouTube
Veja também:
Kubrick indica Kieslowski
Os 20 melhores filmes de 1999