Protagonizados por mulheres e ambientados no mundo islâmico e no Oriente Médio, os filmes abaixo têm mais em comum: praticamente não deixam ver o inimigo materializado. Está por todos os cantos, ao mesmo tempo oculto. Em cena surgem costumes ultrapassados, diferentes prisões. Os homens, em alguns desses filmes, sequer aparecem.
A Noiva Síria, de Eran Riklis
A maior parte das barreiras não é visível no interessante filme de Riklis, que mais tarde faria Lemon Tree. E ainda que pareça, em momentos, uma comédia, inegável repressão cerca a vida de algumas mulheres – entre elas a personagem de Hiam Abbass, contra uma sociedade machista.
Fora do Jogo, de Jafar Panahi
O diretor ficou conhecido mundialmente após ser detido e colocado em prisão domiciliar, sem direito a fazer cinema, acusado de atacar o regime dos aiatolás no Irã. Em estilo documental, conta a jornada de meninas que se vestem como homens para assistir a um jogo de futebol.
Incêndios, de Denis Villeneuve
Essa coprodução entre França e Canadá mostra o retorno de dois filhos à vida da mãe, heroína que resistiu aos abusos do conflito entre cristãos e muçulmanos. Ela, Nawal Marwan (Lubna Azabal), também conhecida como “a mulher que canta”, é presa e abusada no cárcere.
Cairo 678, de Mohamed Diab
A situação também foi vista no Brasil: mulheres vítimas de abusos no transporte público. O filme acompanha a rotina de Faysa (Bushra), no Egito, sem dinheiro para se locomover com táxi e obrigada a usar o ônibus. A narrativa leva-a ao encontro de outras mulheres, outras histórias.
E Agora, Aonde Vamos?, de Nadine Labaki
Ainda que não seja empolgante, o trabalho de Labaki põe em discussão o conflito entre católicos e muçulmanos e consegue inclusive flertar com a comédia. Passa-se em uma pequena comunidade no Líbano, na qual as mulheres criam meios para distrair homens e evitar novos conflitos.
A Pedra de Paciência, de Atiq Rahimi
A mulher (Golshifteh Farahani) só consegue se revelar ao marido quando este se encontra em estado vegetativo. Enquanto corre a guerra do lado de fora, no Afeganistão, ela conversa com o homem, confessa-se, sem saber se ele ouve ou não. O drama expõe intimidade e prisão.
O Sonho de Wadjda, de Haifaa Al-Mansour
O sonho da protagonista, vivida por Waad Mohammed, é ter uma bicicleta. No entanto, apenas meninos locomovem-se com bicicletas na Arábia Saudita. Garotas como Wadjda logo percebem que mulheres não podem sair de casa sem o véu e dependem dos homens.
O Julgamento de Viviane Amsalem, de Ronit Elkabetz e Shlomi Elkabetz
O cenário é Israel. O extraordinário filme de Ronit (a protagonista) e Shlomi expõe a cruzada da triste Viviane em busca do divórcio. Trata-se de um conjunto de humilhações, enquanto juízes, todos homens, mostram dúvidas sobre a conduta da personagem. Com belo roteiro, o filme não raro revolta.
Cinco Graças, de Deniz Gamze Ergüven
O título original é Mustang. Faz pensar em algo selvagem, livre. E o que desejam as meninas ao centro, as cinco graças, é liberdade. Trancadas na casa em que vivem com a avó e o tio autoritário, em região afastada da Turquia, elas tentam escapar e chegam a fugir para um jogo de futebol.
A história passa-se em Argel, no início dos anos 90, com a radicalização islâmica. Meninas de uma universidade – entre elas a protagonista Nedjma (Lyna Khoudri) – tentam encontrar um respiro e, inclinadas à moda, organizam um desfile – o que confronta os intoxicados pelo islamismo.
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Vídeo: Incêndios
Recentemente assisti Incêndios – é muito forte.
Bem lembrado. Esse filme é muito interessante.
Gostaria de
assistir , Não tem minha filha
Obrigada