Os 20 melhores filmes de 1999

O ano em questão trouxe filmes interessantes, com um grande diretor em seu último trabalho (Kubrick) e outros pouco conhecidos ganhando espaço relevante – e até faturando Oscar (o estreante Sam Mendes). Abaixo, filmes de todos os cantos do mundo, como Japão, China, Espanha e Brasil. 

20) Verão Feliz, de Takeshi Kitano

A jornada de um menino, na companhia de um homem falador e às vezes violento, à casa de sua mãe. Kitano propõe a união entre o garoto delicado e silencioso com o ogro que ele mesmo interpreta. Bela comédia.

19) Santo Forte, de Eduardo Coutinho

O mestre do documentário conduz diálogos com diferentes moradores de uma favela no Rio de Janeiro. Coutinho mais uma vez dá voz aos “invisíveis” e retrata com profundidade suas buscas espirituais.

18) Audição, de Takashi Miike

Com ajuda de um amigo, o protagonista participa de audições de atrizes com a intenção de conseguir uma companheira. A possível mulher dos sonhos, contudo, converte-se em torturadora.

17) Beleza Americana, de Sam Mendes

Na pele de Lester Burnham, Kevin Spacey redescobre os prazeres da juventude: a maconha, os flertes com uma bela adolescente, o emprego que não exige responsabilidades. Só não contava com problemas ao redor.

16) O Vento nos Levará, de Abbas Kiarostami

História de uma jornada, de um homem emperrado em um vilarejo sem sinal de telefone celular, para cima e para baixo. Como outros filmes do autor iraniano, é sobre deslocamento, o tempo à frente dos olhos.

15) Peppermint Candy, de Lee Chang-dong

Segundo filme do melhor diretor sul-coreano da atualidade. Propõe aqui a volta ao passado do protagonista, do suicídio à juventude, do casamento frustrado ao grande amor – de quem ganha os doces que o título indica.

14) O Lixo e o Sonho, de Lynne Ramsay

Começa com uma tragédia, um afogamento. O caso dá o tom, o ambiente também: as crianças e suas famílias vivem em uma periferia cercada pelo lixo, com ratos. O garoto ao centro sonha em sair dali.

13) Meninos Não Choram, de Kimberly Peirce

Um garoto trans namora com uma garota, mas tem de enfrentar o preconceito e a violência no lado profundo de seu país, cheio de incompreensão. Oscar mais que merecido para Hilary Swank.

12) Nenhum a Menos, de Zhang Yimou

A história de uma jovem professora que faz de tudo – inclusive grande deslocamento – para trazer um garoto de volta à escola. Antes de se render às grandes produções, Yimou fazia filmes pequenos e cheios de beleza.

11) O Sexto Sentido, de M. Night Shyamalan

Grande sucesso comercial. Lançou o nome de seu diretor, Shyamalan, que chegou a ser comparado a Hitchcock. No enredo, um garoto enxerga pessoas mortas e tem a companhia da personagem de Bruce Willis. 

10) Quero ser John Malkovich, de Spike Jonze

Proposta original: em uma sala de um prédio abre-se um portal que leva diferentes pessoas à mente de ninguém menos que o ator John Malkovich. Viver no corpo do famoso passa então a ser um vício e gera problemas.

9) Bom Trabalho, de Claire Denis

Filme poético, às vezes cru, sobre a vida de jovens militares ao olhar de seus superiores. Discípula de Jacques Rivette, Denis concentra-se nos corpos, em suas relações, e reproduz, no isolamento, homoerotismo incontornável.

8) Magnólia, de Paul Thomas Anderson

À época, Anderson foi comparado a Robert Altman, conhecido pelo seu cinema coral, com diversos atores em cena. Não há alguém para chamar de protagonista. Vidas esbarram-se em três horas de filme.

7) Dois Córregos – Verdades Submersas no Tempo, de Carlos Reichenbach

Filme sobre memória, sobre uma mulher que recorda seu passado adolescente em um sítio, na companhia do tio, um perseguido político. Fã de Zurlini, Reichenbach sabe como controlar o drama sem exagerar.

6) Quando Tudo Começa, de Bertrand Tavernier

A rotina de um professor que assiste aos problemas de sua sociedade: o fechamento de uma mina de carvão e o crescente desemprego. Para ele, será impossível ignorar esse drama e seu impacto nas crianças.

5) eXistenZ, de David Cronenberg

O mecânico outra vez mescla-se à carne no cinema de Cronenberg. Um grupo de pessoas participa de um jogo de realidade virtual. Os limites entre a verdade palpável e o universo dos games ficam cada vez menores.

4) De Olhos Bem Fechados, de Stanley Kubrick

Após saber do desejo de traição de sua mulher, médico resolve sair à noite. Tomado por um momento de liberdade, infiltra-se em uma festa fechada, para convidados mascarados. Descoberto, começa a ser perseguido.

3) Tudo Sobre Minha Mãe, de Pedro Almodóvar

Homenagem de Almodóvar às mulheres e mães. Há quem sofra com a perda do filho, há quem procure pelo pai – ou mãe – desaparecido. Há também o teatro neste que é um dos melhores do diretor espanhol.

2) Rosetta, de Jean-Pierre e Luc Dardenne

A rotina de Rosetta, interpretada por Émilie Dequenne, que faz de tudo para conseguir um trabalho e, assim, sentir-se socialmente incluída. Palma de Ouro em Cannes e ponto alto do cinema físico dos Dardenne.

1) O Tempo Redescoberto, de Raoul Ruiz

Adaptar Marcel Proust ao cinema parecia algo impossível. Ao encarar o desafio, o mestre Ruiz leva o público a um filme interior, de memórias embaralhadas, para lembrar alguns dos melhores momentos de Alain Resnais, como Ano Passado em Marienbad e Providence.

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