Se eu tivesse que compará-lo com qualquer outro diretor, provavelmente seria David Lynch – e não com tantos outros diretores de filmes de terror clássicos. Você vê paralelos entre vocês dois?
Na verdade, tenho algumas semelhanças com David Lynch no que diz respeito à minha poética. Não os filmes em si, pois são obviamente muito diferentes. Mas nossa abordagem ao cinema é praticamente a mesma, sim. Nós dois viemos do surrealismo.
Assim como David Lynch, você também usa histórias de crimes, elementos de suspense e whodunits clássicos, mas, em geral, seus filmes descrevem a vida como algo ilógico, até místico.
Sim, porque sou mais influenciado pelos grandes diretores da história do cinema – como os expressionistas alemães e os surrealistas espanhóis. Luis Buñuel e seu grupo me influenciaram bastante.
O que há no surrealismo que mais te fascina?
Ele formou minha visão poética, ajudou a criar meus filmes, mas acima de tudo, inspirou minha escrita. Não estou falando apenas dos filmes de Buñuel, mas da técnica de écriture automatique – você apenas solta e deixa seu cérebro vagar. Às vezes, é assustador e você não entende até que você o traga para a tela grande.
Trecho da entrevista de Dario Argento a Markus Lust, em Vice (maio de 2014; leia aqui; a tradução é deste site). Acima, cena de Quatro Moscas Sobre Veludo Cinza e, abaixo, Argento nas filmagens de Suspiria.
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