Ele [D. W. Griffith] realizou o que nenhum outro homem realizou. Admirar sua obra é como testemunhar o início da melodia, ou o primeiro uso consciente da alavanca ou da roda; o surgimento, a coordenação e a primeira eloquência da linguagem; o nascimento de uma arte – e constatar que tudo isso é obra de um único homem.
James Agee, escritor, roteirista e crítico de cinema, citado em Grandes Filmes, de Roger Ebert (Ediouro; pg. 355).
Para entendermos O Nascimento de uma Nação precisamos primeiro entender a diferença entre o que trazemos para o filme e o que o filme traz para nós. Cedo ou tarde, todo espectador sério chegará ao ponto de ver um filme pelo que é, e não simplesmente pelo que sente a respeito. O Nascimento de uma Nação não é um mau filme pelo fato de defender um erro. Assim como O Triunfo da Vontade, de Leni Riefenstahl, é um grande filme apesar de defender um erro. Entender como isso acontece significa aprender muito sobre cinema, inclusive um pouco sobre o erro.
Roger Ebert, crítico de cinema, em Grandes Filmes (Ediouro; pg. 357).
Desde o início, o filme magnetizou e enganou os americanos, revelando o extraordinário poder do cinema para “ensinar” História, para refletir ou formar hábitos e estereótipos entre o público. Anteriormente, diversões populares como espetáculos de variedades, canções e vaudeville retratavam os negros como palhaços e bufões, essencialmente como objetos passivos. O Nascimento de uma Nação, entretanto, introduziu uma nova dimensão: o comportamento estoico e servil de homens negros escondendo, não raro, uma bestialidade depravada que nunca se viu tão viva e manifesta quanto depois da abolição.
Leon F. Litwack, professor de história, em Passado Imperfeito – A História no Cinema (Editora Record; pg. 136). Abaixo, Lillian Gish em cena de O Nascimento de uma Nação, de D. W. Griffith.
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