13 grandes filmes sobre provincianismo e violência

Ambientes hostis surgem nos lugares menos imaginados. No entanto, nem sempre o provincianismo é motor para a crítica aos seres em cena – como se vê em 48 Horas! Abaixo, uma lista de filmes sobre personagens confrontadas pela brutalidade de locais distantes, nos quais a imagem do bom interiorano às vezes se converte no pior dos pesadelos.

Fúria, de Fritz Lang

Um filme sobre linchamento, como o próprio diretor o descreveu. A história de um homem acusado de um crime que não cometeu, acossado, na delegacia, pela turba descontrolada do lado de fora.

48 Horas!, de Alberto Cavalcanti

O brasileiro Cavalcanti dirigiu esse belo filme sobre uma vila inglesa invadida por alemães. Para se libertarem, homens e mulheres tomam armas e vão à luta. Lançado em 1942, ou seja, em plena Segunda Guerra Mundial.

Consciências Mortas, de William A. Wellman

Habitantes de uma pequena cidade iludem-se perante um boato sobre a morte de um criador de gado. Tomam três homens como culpados e resolvem partir para a desforra. Obra-prima do faroeste social.

Conspiração do Silêncio, de John Sturges

Alguém lembra que os homens da pequena cidade estão “patrioticamente embriagados”. O herói vai a Black Rock para entregar a medalha de um soldado para seu pai e acaba investigando um assassinato.

O Beijo Amargo, de Samuel Fuller

Constance Towers é a protagonista que encontra alguns problemas ao chegar a uma pequena cidade de aparência acolhedora. Aos poucos, descobre podres de muitos que vivem ali – incluindo um caso de pedofilia.

No Calor da Noite, de Norman Jewison

Policial negro vê-se preso a uma pequena cidade. Antes suspeito de um crime, ele passará a investigador do caso, o que o leva a conhecer figuras que vivem no local. Encontro entre os grandes Sidney Poitier e Rod Steiger.

Cenas de Caça na Baixa Baviera, de Peter Fleischmann

O cinema novo alemão fez grandes obras em ataque ao chamado Heimatfilm. A ideia era detonar uma vida provinciana idealizada. Aqui, um rapaz homossexual é perseguido por uma comunidade rural.

A Súbita Riqueza dos Pobres de Kombach, de Volker Schlöndorff

Outra grande obra do cinema novo alemão, sobre marginais de um vilarejo que resolvem roubar um pouco do tesouro do Estado. O roteiro é de autoria de Schlöndorff e da também cineasta Margarethe von Trotta.

Sob o Domínio do Medo, de Sam Peckinpah

Jovem americano, do tipo culto, vai à cidade inglesa em que vive a namorada. Por ali, encontra alguns “monstros” na pele dos moradores locais, o que o faz defender seu espaço. Inclui uma cena forte de estupro.

Veludo Azul, de David Lynch

O embrião de Twin Peaks está aqui: um filme sobre uma cidade aparentemente bela, mas que esconde vermes em seu solo. Tudo tem início com o encontro de uma orelha em decomposição.

Dogville, de Lars von Trier

Em fuga, mulher termina em uma cidade cujo nome explica muito: Dogville. Aos poucos, seus moradores revelam-se e ela é aprisionada. Filme de cenários imaginários, obra original do provocador von Trier.

A Fita Branca, de Michael Haneke

Perto da Primeira Guerra, estranhos crimes ocorrem em uma vila. O mal não encontra explicação e se dilui no rosto e nos gestos de cada um, com medo e terror. Alguns enxergam no filme as raízes do nazismo.

Três Anúncios para um Crime, de Martin McDonagh

Cansada de esperar que a polícia descubra quem matou sua filha, mulher resolve alugar o espaço de três outdoors e estampa frases de protesto. É o início de uma briga com diferentes moradores locais.

SOBRE O AUTOR:
Rafael Amaral é crítico de cinema e jornalista (conheça seu trabalho)

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Veja também:
Dez grandes filmes que detonam a burguesia

2 comentários sobre “13 grandes filmes sobre provincianismo e violência

  1. Olá, companheiro!
    Tem esse também:
    Pelos Caminhos do Inferno (Wake in Fright)
    https://www.imdb.com/title/tt0067541/

    Muito interessante a representação de como uma vida interiorana pode “amarrar” ou “prender” as pessoas nos seus vícios morais, nos seus hábitos. Para quem já viveu em cidades de pequeno porte, a identificação é clara, ainda que o filme seja um tanto mais exagerado nesse aspecto, evidentemente.

    Abraço!

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