Os 20 melhores filmes de 1969

Para muitos, 1969 foi um ano de transformações, com a consolidação da Nova Hollywood e o assassinato de Sharon Tate. Para além dos Estados Unidos, foi um ano de filmes interessantes sobre a ocupação alemã na França. Sem esquecer, claro, alguns pontos altos do cinema brasileiro, passando pelo Cinema Marginal, Cinema Novo e Tropicalismo.

20) O Anjo Nasceu, de Júlio Bressane

O início assemelha-se ao fim nesse filme marginal sobre dois bandidos que invadem uma casa, matam um homem e tornam duas mulheres suas reféns. Com poucos recursos, Bressane filmou essa obra em sete dias.

19) Os Deuses Malditos, de Luchino Visconti

Uma família cheia de tipos exóticos vende a alma aos nazistas. No início, uma apresentação à la Marlene Dietrich abre espaço ao anúncio do incêndio no Reichstag, em 1933. Uma noite infernal.

18) A Estrutura de Cristal, de Krzysztof Zanussi

O reencontro entre dois homens, dois amigos, com vidas opostas: um deles casou e se isolou em um local frio, distante; o outro decidiu viajar o mundo. Nesse reencontro, falam sobre um pouco de tudo.

17) Deixem-nos Viver, de Arthur Penn

Pura Nova Hollywood, com o filho do mítico Woody Guthrie, Arlo, à frente do elenco, a partir de uma de suas canções. Em cena, a geração livre dos anos 60 sob a ótica do diretor de Bonnie e Clyde.

16) Dias de Fogo, de Haskell Wexler

Outra pérola nem sempre lembrada, mistura de ficção e documentário, com claras referências a Godard. O início dá o tom: homens munidos com câmeras captam imagens de um acidente em uma rodovia.

15) Perdidos na Noite, de John Schlesinger

Um caubói vai para Nova York sonhando com uma vida boa de garoto de programa e termina à rua, na companhia de um manco. Aos poucos, entre escapadas e sonhos, tornam-se bons amigos.

14) O Dragão da Maldade Contra o Santo Guerreiro, de Glauber Rocha

O filme que deu o prêmio de melhor diretor para Glauber em Cannes, no qual reencontra sua personagem Antonio das Mortes. Alienação, misticismo, assassinatos – tudo à maneira única do cineasta brasileiro.

13) Sem Destino, de Dennis Hopper

Dois motoqueiros pegam a estrada com algum dinheiro, após uma transação de drogas, e resolvem descobrir a América. Retrato realista do choque de duas nações em uma, filme-chave da Nova Hollywood.

12) Minha Noite com Ela, de Eric Rohmer

Um dos melhores filmes de Rohmer, cineasta sempre associado a longos diálogos. Aqui, um rapaz religioso vê-se confrontado por uma bela mulher com a qual, durante uma noite, tem algumas conversas.

11) A Tristeza e a Piedade, de Marcel Ophüls

Documentário histórico sobre a França Ocupada, retrato cru e dilacerante sobre o espírito de um tempo a partir das recordações de pessoas que viveram um momento, para muitos, ainda difícil de explicar.

10) A Noite dos Desesperados, de Sydney Pollack

Jane Fonda encabeça o elenco como uma mulher corajosa, ao lado de outras pessoas que, durante a Grande Depressão, aceitam participar de um jogo macabro, aos olhos de muitos, em uma pista de dança.

9) Z, de Costa-Gavras

A investigação sobre a morte de um líder político – quando todo mundo “viu tudo” e ninguém parece ter visto nada – dá lugar a uma rede criminosa que envolve milicianos e militares em um país ditatorial.

8) O Garoto Toshio, de Nagisa Oshima

Uma família criminosa usa o filho como isca para extorquir motoristas, ao passo que o menino, Toshio, finge que é atropelado. Mas os golpes, a certa altura, são descobertos. Belo filme sobre a infância corrompida.

7) Mulheres Apaixonadas, de Ken Russell

Filme brilhante sobre diferentes pessoas que tentam entender o amor. Tudo começa com a saída de duas irmãs de casa, com a liberdade que acabam de adquirir. Oscar de melhor atriz para Glenda Jackson.

6) Kes, de Ken Loach

A rotina de um garoto é transformada após iniciar uma relação com um pássaro. O animal, para o raquítico menino, torna-se um ponto de fuga, um olhar à liberdade, à contramão dos ambientes repressivos em que vive.

5) Satyricon de Fellini, de Federico Fellini

O mergulho do mestre Fellini em uma Roma imaginária, de devassidão e monstruosidade, de aspectos fantasmagóricos, em cenários que parecem reproduzir o próprio inferno. Inesquecível e cheio de traços autorais.

4) Meu Nome é… Tonho, de Ozualdo Ribeiro Candeias

Um faroeste à brasileira dirigido por um dos mestres – nem sempre lembrado – do cinema marginal. É a história do confronto entre Manelão e Tonho em um mundo aparentemente distante, de terra batida.

3) O Exército das Sombras, de Jean-Pierre Melville

Especialista em filmes policiais, Melville fez um dos filmes definitivos sobre a resistência à Ocupação nazista na França. Obra sombria, cheia de camadas, sem nunca dar espaço aos heróis. Obra de mestre.

2) Macunaíma, de Joaquim Pedro de Andrade

O Tropicalismo na tela, a obra-prima de Joaquim Pedro, a partir do livro de Mário de Andrade. Em cena, a jornada da personagem-título, da metamorfose do negro para o branco, entre a floresta e a cidade.

1) Meu Ódio Será Sua Herança, de Sam Peckinpah

Pauline Kael refere-se à obra-prima de Peckinpah como “um poema de violência traumático, com imagens tão ambivalentes quanto as de Goya”. Na fronteira entre Estados Unidos e México, um grupo de bandidos tenta sobreviver a seus algozes e compra briga com todos ao redor.

Veja também:
Os 20 melhores filmes de 1968
Bastidores: Meu Ódio Será Sua Herança
O Exército das Sombras, de Jean-Pierre Melville

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