Dez grandes filmes que detonam a burguesia

Mais que abordar a vida de uma certa classe dominante, os filmes da lista abaixo miram o espírito burguês de suas personagens. Revelam pessoas infantis, impotentes, transformadas, vendidas a ideologias nefastas e até pervertidas. Não significa que todo burguês carregue um ou outro desses atributos. São visões de alguns cineastas – acrescidas de interpretações deste site – para suas obras. Aos dez escolhidos.

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A Regra do Jogo, de Jean Renoir

À beira da Segunda Guerra, burgueses reúnem-se em uma casa de campo e se misturam aos criados em confusões, tiros, tipos heroicos e mulheres em dúvida. Termina com mortes e doses cavalares da ironia típica de Renoir.

O Criado, de Joseph Losey

Com roteiro de Harold Pinter, o filme apresenta a missão do mordomo Barrett, interpretado pelo brilhante Dirk Bogarde: dominar e destruir seu patrão. E o dominado deixa ver todas as suas fraquezas.

Teorema, de Pier Paolo Pasolini

Uma espécie de anjo da morte encarnado por Terence Stamp invade uma família burguesa e, um a um, seduz todos os seus membros. À medida que a família vê-se destruída, surge uma santa entre eles.

Os Deuses Malditos, de Luchino Visconti

A família burguesa abraça, por conveniência, o nazismo em ascensão. Visconti vai ao inferno em que imperam anjos malditos. Ao fim, quando os fardados tomam a grande casa, é evidente que não vão a lugar algum.

O Jardim das Delícias, de Carlos Saura

Grande filme nem sempre lembrado do diretor espanhol, sobre uma família que tenta, por meio de encenações, reviver a memória de um de seus membros, agora preso a uma cadeira de rodas. Com isso, o pior vem à tona.

O Discreto Charme da Burguesia, de Luis Buñuel

Com toques surrealistas, o grande Buñuel mostra as tentativas de um grupo burguês de concretizar uma refeição. A cada investida ocorre algo diferente e as interrupções levam a obra às raias do sonho. 

Festa de Família, de Thomas Vinterberg

Uma reunião familiar dá lugar à roupa suja lavada em alto e bom som, durante o aniversário do patriarca. Quando um dos filhos resolve fazer algumas revelações à mesa, tudo foge do esperado e as máscaras caem.

De Olhos Bem Fechados, de Stanley Kubrick

O rapazinho burguês vivido por Tom Cruise – nitidamente impotente – acha-se no direito de se aventurar após ouvir uma confissão nada agradável da esposa. Sai à noite, veste uma máscara e encontra problemas.

Instinto Materno, de Calin Peter Netzer

Premiado com o Urso de Ouro em Berlim, o filme mostra a cruzada de uma mãe rica para tentar livrar o filho de um crime, após o mesmo atropelar e matar um rapaz. Será que o dinheiro e o poder podem comprar tudo?

Casa Grande, de Fellipe Barbosa

O protagonista, um adolescente, transforma-se à medida que sua família burguesa entra em decadência. O filme foge de esteriótipos, não há vilões e as saídas não são simples como se espera. Obrigatório.

SOBRE O AUTOR:
Rafael Amaral é crítico de cinema e jornalista (conheça seu trabalho)

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