Com um mundo atual cada vez mais confuso, o passado parece retornar, o futuro – suas distopias, o que antes era apenas fruto de ficção – realiza-se. Alguns filmes sobre antes e depois, por isso, tornam-se atuais e necessários. A lista abaixo está cheia de nomes importantes, como Coppola e Bergman.
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Fahrenheit 451, de François Truffaut
O “perigoso” pensamento crítico. Em um futuro distópico, agentes da lei perseguem pessoas que ainda ousam ler livros e propagar suas ideias. Ao encontrá-los, os vilões do Estado queimam os “perigosos” objetos.

O Segundo Rosto, de John Frankenheimer
O dinheiro compra outra vida. Homem maduro, rico, resolve renascer com outro corpo, mais jovem, e acredita que assim encontrará liberdade e felicidade. Só não contava com um jogo de interpretação ao seu redor.

A Noite dos Desesperados, de Sydney Pollack
O vale-tudo do entretenimento. Durante a Grande Depressão, uma espécie de Big Brother em seus primórdios oferece um jogo macabro em que os participantes precisam sobreviver à pista de dança e suas novas provas.

A Conversação, de Francis Ford Coppola
O fim da privacidade. Antes dos hackers e da tecnologia digital, Coppola mostrou a impossibilidade de viver com privacidade, ao passo que o homem que coloca os grampos também termina grampeado.

O Ovo da Serpente, de Ingmar Bergman
A ameaça da extrema-direita. O título diz tudo, ou quase. Em cena, a ascensão do nazismo e uma Alemanha que derrete aos olhos do protagonista, um homem um pouco moribundo e à beira da loucura.

Morte ao Vivo, de Bertrand Tavernier
O homem é a câmera. A loucura da televisão é mostrada aqui de maneira realista, em um filme interessante sobre um homem com uma câmera nos olhos, levado a perseguir uma mulher famosa em seus últimos dias de vida.

1984, de Michael Radford
Os dispositivos vigiam o homem. Antes do Big Data existia o Big Brother. Com suas teletelas, ele vigia os moradores da futurista – e despedaçada – Oceania, a partir das criações do escritor George Orwell.

O Tempo do Lobo, de Michael Haneke
Todos são refugiados. Talvez o tempo seja o presente, ainda que pareça futuro. O horror é real. Falta água, comida, as pessoas permanecem à beira de uma linha de trem e, como se imagina, os bárbaros dão as caras.

A Vila, de M. Night Shyamalan
Viver com medo, entre muros. Para manter sua população e suas regras, o mais fácil para uma velha comunidade é criar seus próprios monstros. Para além de seus limites, tudo é perigoso, e não é aconselhável cruzar a linha.

Cosmópolis, de David Cronenberg
Os novos donos do mundo. O rapaz bilionário, a bordo de sua limusine, dá as cartas, comanda seus negócios, enquanto tenta atravessar a cidade para cortar o cabelo. O poderoso agora é um jovem chato e atrevido.

SOBRE O AUTOR:
Rafael Amaral é crítico de cinema e jornalista (conheça seu trabalho)

Veja também:
Tempo, de M. Night Shyamalan