Aos que admitem a morte de homens como John Ford, só a estes se deve dizer que homens assim não morrem e, portanto, Ford nem precisa ressuscitar. A sua personalidade estará sempre límpida na obra inigualável e luminosa – que permanecerá. Enquanto as fordianas imagens forem projetadas, não importa em que tela ou em que sala, ou, se o cinema acabar, enquanto houver memória, Ford será. Assim como Shakespeare está cada vez mais vivo, a despeito da agonia tão lenta do teatro, Ford está cada dia mais presente, ainda que o cinema já não tenha mais a mesma alma.
Antonio Moniz Vianna, crítico de cinema, no Correio da Manhã (“Ford, o primeiro”, 10 de setembro de 1973, dez dias depois da morte de John Ford; a crítica está reproduzida no livro Um Filme por Dia, com organização de Ruy Castro; pgs. 395 e 396). A crítica em questão foi a último de Moniz Vianna no Correio da Manhã e, segundo o que se sabe, a de sua vida. A morte do diretor não teria permitido que continuasse.
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Ford era especialista em faroestes,mas também sabia mudar de gênero com facilidade e agradar com excelentes obras.
Até hoje ainda detém o recorde de diretor mais premiado num total de 4 vezes ganhou o Oscar.
Começou como ator até se tornar um reconhecido e talentoso diretor.
Sua parceria com o ator John Wayne solidificou a carreira de ambos.
5 décadas de carreira.
Um mestre, sem dúvida. Obrigado pelas palavras, abraços!