A primeira novidade desta vida de Cristo era o contexto: a Judeia era um país miserável, colônia romana. Nada do luxo visto nos filmes de Cecil B. DeMille. Cristo era homem do povo, vestido pobremente. Os governantes hebreus a serviço do imperialismo romano. Cristo surgia subversivo, capaz de atirar o povo contra os vendilhões da pátria.
Há uma trama que mistura moralismo com medo político – Cristo é traído por um dos seus, crucificado e na hora da morte grita desesperado:
– Pai, por que me desamparastes?
O Cristo de Pasolini é forte, viril, sem complacência para com opressores e canalhas. Cristo é violentíssimo. Na pregação usa tom incisivo de agitador social.
Glauber Rocha, cineasta, em O Século do Cinema (Cosac Naify; pg. 278). Abaixo, o diretor Pier Paolo Pasolini nas filmagens de O Evangelho Segundo São Mateus e uma imagem do mesmo filme.
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