Próximos a essas mulheres, os homens ficam pequenos. Alguns, pobres coitados, nem aparecem em tela. E, como se vê abaixo, o poder feminino no cinema é mais antigo do que se imagina. Com o passar das décadas, só tem aumentado – para a alegria de muitos e, em tempos de regresso às pautas conservadoras, tristeza de outros. Heroínas ou até vilãs, essas mulheres transpiram força. À lista.
O Anjo Azul, de Josef von Sternberg
Os alunos do professor vivido por Emil Jannings querem saber o que leva o mestre, todas as noites, ao cabaré distante. Sobre o palco está ninguém menos que Marlene Dietrich, a quem todos se ajoelham.
Pacto de Sangue, de Billy Wilder
A falsidade da peruca loura não tira a força nem torna Barbara Stanwyck caricata em seu filme mais famoso, na pele de Phyllis Dietrichson, que acaba com a vida de dois homens. Clássico absoluto.
Stromboli, de Roberto Rossellini
Em uma vila perto de um vulcão, uma mulher (Ingrid Bergman) enfrenta o olhar desconfiado da população e o machismo que impera no local, visto por ela como prisão difícil de escapar.
Mônica e o Desejo, de Ingmar Bergman
A protagonista, vivida por Harriet Andersson, confronta o pequeno rapaz com seu corpo exposto e sua liberdade. À frente, segue em sua cruzada contra todos, liberta, e chega a encarar a câmera.
O Quadragésimo Primeiro, de Grigori Chukhrai
A mulher, uma atiradora do exército bolchevique, vê-se isolada com um homem do grupo czarista. Surge ali um amor estranho, curioso, com o qual ela deverá se confrontar nesse filme interessante.
Eva, de Joseph Losey
Jeanne Moreau é a destruidora perfeita, a tentação em pessoa, mulher forte, capaz de colocar todos os homens a seus pés. A vítima é Stanley Baker, que tenta sobreviver a ela e às suas investidas.
As Quatro Irmãs, de Gillian Armstrong
Delicado e feminista, o trabalho de estreia da australiana Armstrong conta a história da independente – e nem sempre agradável – Sybylla Melvyn, que nada na contramão dos conservadores de sua época.
Reds, de Warren Beatty
A feminista Louise Bryant (Diane Keaton) é a verdadeira protagonista desse filme sobre tempos de transformação. Ao lado de John Reed, ela assiste à Revolução Russa e confronta os bons modos de seu país.
Corpos Ardentes, de Lawrence Kasdan
Essa espécie de remake de Pacto de Sangue consegue ter uma mulher tão forte quanto o anterior. Em um filme em que o calor é quase uma personagem, ela convence o amante a matar o marido.
Medeia, de Lars von Trier
Medeia resolve se vingar do marido, o guerreiro Jasão, quando descobre que ele vai se casar com a jovem filha do rei. Antes de ser posta em exílio, ela arquiteta um plano cruel contra o companheiro e sua família.
Thelma & Louise, de Ridley Scott
Duas amigas precisam fugir da polícia após matarem um homem. Essa viagem de transformação mistura comédia e aventura e dá vez a um filme encantador, com química invejável das protagonistas.
Instinto Selvagem, de Paul Verhoeven
O detetive vivido por Michael Douglas sabe que pisa em terreno perigoso, mas, tomado pelo desejo, prossegue. Com Sharon Stone à frente, em um jogo de manipulação, é provável que qualquer um faça o mesmo.
As Horas, de Stephen Daldry
Meryl Streep, Nicole Kidman e Julianne Moore são vistas em três histórias diferentes – e três tempos – sobre mulheres fortes que escolheram sobreviver, todas à luz de Mrs. Dalloway, de Virginia Woolf.
Mad Max: Estrada da Fúria, de George Miller
Tom Hardy até se esforça, mas o filme é de Charlize Theron, a Imperatriz Furiosa de braço mecânico. No meio do deserto, ela desafia um ditador ao fugir com suas ninfas e passa a ser perseguida.
Elle, de Paul Verhoeven
Teve gente que a considerou fraca e até chamaram o diretor de misógino. Mas a dama de Isabelle Huppert, abusada por um homem mascarado com quem volta a se encontrar, é forte e insubmissa.
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