Os 100 melhores filmes dos anos 50

Se os Estados Unidos têm 1939 como o grande ano para seu cinema, o Japão tem em 1953 um momento de apogeu. Contos de Tóquio, Contos da Lua Vaga e Portal do Inferno foram lançados nesse ano. Em 1954 chegariam Os Sete Samurais e Intendente Sansho. Fase gloriosa para o cinema nipônico, como se vê na lista abaixo.

Mas não só. Foi uma ótima década para o cinema americano – dos produtos de estúdio, em tela larga, aos dramas realistas com consciência social – e para o francês – do dito “cinema de qualidade” à eclosão das formas da nouvelle vague em Varda, Chabrol, Resnais e Truffaut.

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Está tudo na lista, além de novidades, à época, de países como Índia (Satyajit Ray), Polônia (Andrzej Wajda) e Itália (Valerio Zurlini). Não há filmes brasileiros na seleção e, por isso, alguém deverá reclamar. Alguns grandes trabalhos nacionais (como O Grande Momento e Estranho Encontro) ficaram de fora por simples questão de espaço. Uma lista com 100 títulos pode, à primeira vista, parecer extensa, mas não é.

100) Doze Homens e uma Sentença, de Sidney Lumet

99) Fogo na Planície, de Kon Ichikawa

98) Glória Feita de Sangue, de Stanley Kubrick

97) Os Brutos Também Amam, de George Stevens

96) Grisbi, Ouro Maldito, de Jacques Becker

95) A Ponte do Rio Kwai, de David Lean

94) A Morte Neste Jardim, de Luis Buñuel

93) Os Boas Vidas, de Federico Fellini

92) A Montanha dos Sete Abutres, de Billy Wilder

91) Nas Garras do Vício, de Claude Chabrol

90) Morangos Silvestres, de Ingmar Bergman

89) Sete Homens sem Destino, de Budd Boetticher

88) Juventude Transviada, de Nicholas Ray

87) Matar ou Morrer, de Fred Zinnemann

86) La Pointe-Courte, de Agnès Varda

85) Mortalmente Perigosa, de Joseph H. Lewis

84) Flor do Equinócio, de Yasujiro Ozu

83) O Testamento de Deus, de Jacques Tourneur

82) Almas em Fúria, de Anthony Mann

81) Eles e Elas, de Joseph L. Mankiewicz

80) Também Fomos Felizes, de Yasujiro Ozu

79) Império do Crime, de Joseph H. Lewis

78) O Alucinado, de Luis Buñuel

77) Bob, o Jogador, de Jean-Pierre Melville

76) Férias de Amor, de Joshua Logan

75) O Segredo das Joias, de John Huston

74) Anjo do Mal, de Samuel Fuller

73) Os Amantes Crucificados, de Kenji Mizoguchi

72) Assim Estava Escrito, de Vincente Minnelli

71) Ben-Hur, de William Wyler

70) Monika e o Desejo, de Ingmar Bergman

69) A Sala de Música, de Satyajit Ray

68) O Homem do Oeste, de Anthony Mann

67) Pacto Sinistro, de Alfred Hitchcock

66) Sombras do Mal, de Jules Dassin

65) Bom Dia, de Yasujiro Ozu

64) O’Haru: A Vida de uma Cortesã, de Kenji Mizoguchi

63) Intriga Internacional, de Alfred Hitchcock

62) A Embriaguez do Sucesso, de Alexander Mackendrick

61) Sedução da Carne, de Luchino Visconti

60) Moulin Rouge, de John Huston

59) As Férias do Sr. Hulot, de Jacques Tati

58) Umberto D., de Vittorio De Sica

57) Guerra e Humanidade (partes 1 e 2), de Masaki Kobayashi

56) Senhorita Júlia, de Alf Sjöberg

55) Imitação da Vida, de Douglas Sirk

54) Johnny Guitar, de Nicholas Ray

53) Deus Sabe Quanto Amei, de Vincente Minnelli

52) Vidas Amargas, de Elia Kazan

51) Anatomia de um Crime, de Otto Preminger

50) Um Condenado à Morte Escapou, de Robert Bresson

49) Um Lugar ao Sol, de George Stevens

48) Os Esquecidos, de Luis Buñuel

47) Cinzas que Queimam, de Nicholas Ray e Ida Lupino

46) Palavras ao Vento, de Douglas Sirk

45) Rififi, de Jules Dassin

44) A Morte Num Beijo, de Robert Aldrich

43) O Rio Sagrado, de Jean Renoir

42) Tudo o que o Céu Permite, de Douglas Sirk

41) Os Eternos Desconhecidos, de Mario Monicelli

40) A Casa de Bambu, de Samuel Fuller

39) Orfeu, de Jean Cocteau

38) O Balão Vermelho, de Albert Lamorisse

37) O Prazer, de Max Ophüls

36) Noites de Cabíria, de Federico Fellini

35) Trono Manchado de Sangue, de Akira Kurosawa

34) Onde Começa o Inferno, de Howard Hawks

33) Janela Indiscreta, de Alfred Hitchcock

32) Viagem à Itália, de Roberto Rossellini

31) A Roda da Fortuna, de Vincente Minnelli

30) Salário do Medo, de Henri-Georges Clouzot

29) Portal do Inferno, de Teinosuke Kinugasa

28) Uma Rua Chamada Pecado, de Elia Kazan

27) Lola Montes, de Max Ophüls

26) A Marca da Maldade, de Orson Welles

25) Rastros de Ódio, de John Ford

24) O Intendente Sansho, de Kenji Mizoguchi

23) Amores de Apache, de Jacques Becker

22) O Sétimo Selo, de Ingmar Bergman

21) Ervas Flutuantes, de Yasujiro Ozu

20) Quanto Mais Quente Melhor, de Billy Wilder

19) A Palavra, de Carl Theodor Dreyer

18) Viver, de Akira Kurosawa

17) No Silêncio da Noite, de Nicholas Ray

16) A Malvada, de Joseph L. Mankiewicz

15) Os Sete Samurais, de Akira Kurosawa

14) Os Incompreendidos, de François Truffaut

13) Desejos Proibidos, de Max Ophüls

12) Cantando na Chuva, de Gene Kelly e Stanley Donen

11) Hiroshima, Meu Amor, de Alain Resnais

10) A Canção da Estrada, de Satyajit Ray
A primeira parte da Trilogia de Apu é sobre a infância, sobre a descoberta da vida para fora da pequena casa, dos espaços simples de uma Índia rural, antes de se deparar com os trens e com a morte.

9) Pickpocket, de Robert Bresson
A vida de roubos segue uma rotina. Bresson é meticuloso, único nessa reprodução que, ainda que se desvie desse destino, não deixa de mirar à alma de um homem aparentemente vazio.

8) O Mensageiro do Diabo, de Charles Laughton
Os órfãos criados com uma senhora, no campo, esperam pela chegada do homem mau. Duas crianças sabem do destino de uma bolada de dinheiro e são perseguidas pelo vilão de Robert Mitchum.

7) Sindicato de Ladrões, de Elia Kazan
A trajetória de Terry Malloy, o rapaz feito “menino de recado” dos mafiosos, aquele que poderia ter sido um competidor e teve de entregar a luta. Mais tarde, vê a chance de dar a volta por cima.

6) Contos da Lua Vaga, de Kenji Mizoguchi
O filme de espíritos de Mizoguchi fala de desejos e perdição, de homens que atravessam um lago à neblina para encontrar uma deusa. As promessas logo se esvaem. Ficam a miséria, os derrotados.

5) Cinzas e Diamantes, de Andrzej Wajda
Matador de aluguel precisa cumprir uma missão no último dia da Segunda Guerra Mundial, momento em que o mundo – em um conjunto de personagens e intenções – mostra-se dividido e confuso.

4) Crepúsculo dos Deuses, de Billy Wilder
Norma Desmond desce sua escadaria para encontrar a câmera, os policiais, a imprensa. É seu “grande” retorno, pronta para seu close-up, à medida que se deixa consumir pela película que perde o foco.

3) Rashomon, de Akira Kurosawa
As diferentes versões para um crime são contadas por diferentes pessoas. Os pontos de vista mudam os resultados. Não é possível saber a verdade no filme que levou o nome de Kurosawa ao Ocidente.

2) Um Corpo que Cai, de Alfred Hitchcock
Homem com medo de altura precisa decifrar o que se esconde em uma bela loura atormentada, capaz de levá-lo à torre de uma igreja para fazê-lo ver seu medo – a exemplo dos próprios sentimentos.

1) Contos de Tóquio, de Yasujiro Ozu
O Ozu mais conhecido, mais celebrado, em sua melhor forma. Como costume, parte de uma história de linhas simples: pai e mãe saem do interior e seguem para Tóquio para visitar os filhos.
O problema é que o mais jovens – filhos, netos, outros parentes – não têm tempo para o casal visitante. Sem movimentar a câmera em momento algum, com a lente próxima ao chão, o diretor dá vida a uma história tocante sobre o choque entre seres próximos mas distantes.

******

Cineastas mais presentes na lista:

  • Cinco filmes: Yasujiro Ozu.
  • Quatro filmes: Akira Kurosawa, Alfred Hitchcock, Kenji Mizoguchi, Nicholas Ray.
  • Três filmes: Billy Wilder, Douglas Sirk, Elia Kazan, Ingmar Bergman, Luis Buñuel, Max Ophüls, Vincente Minnelli.
  • Dois filmes: Anthony Mann, Federico Fellini, George Stevens, Jacques Becker, John Huston, Joseph H. Lewis, Joseph L. Mankiewicz, Jules Dassin, Robert Bresson, Samuel Fuller, Satyajit Ray.

Veja também:
Os 100 melhores filmes dos anos 40

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9 comentários sobre “Os 100 melhores filmes dos anos 50

  1. Excelente. Certamente alguns hão de citar esse ou aquele filme que deveria estar na lista. Eu não me atreveria a tal, pois considero que cada um tem suas preferências. Eu também tenho as minhas, mas considero que esta abrange os melhores filmes da década. Parabéns.

  2. Na minha videoteca, tenho 91 títulos, dos filmes listados. Estão faltando: “SALA DE MÚSICA”; “ELES E ELAS”; “UM LUGAR AO SOL”; “O BALÃO VERMELHO”; “A RODA DA FORTUNA”; “CANTANDO NA CHUVA”; “AS FÉRIAS DO SR. HULOT”; “DEUS SABE QUANTO AMEI”; “A MONTANHA DOS SETE ABUTRES”. O filme nº 1 da tua lista: “CONTOS DE TÓQUIO”, de OZU, ele saiu pela Versátil com o título: “ERA UMA VEZ EM TÓQUIO/TOKYO MONOGATARI. Muito em brave estarei quase completando os 100 títulos.

  3. Que alegria ver seus rankings, suas sinopses e seu olhar sensível – só restando agradecer por você compartilhar conosco suas impressões e as lembranças (ou dicas) de filmes ainda não vistos. Em tempo: claro que adorei ver Hitchcock e Kurosawa nesta lista – que estão no top dos meus diretores preferidos. Grande abraço!

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