Meus filmes revelam, efetivamente, que a natureza é feita de uma mistura de beleza e crueldade; e eu creio que me liguei sempre em meus filmes de maneira que a intriga resulte ao mesmo tempo familiar e estranha, um pouco à maneira de um pesadelo. Ao mesmo tempo recorri muitas vezes ao tema ou ao símbolo da ilha, depois de meu primeiro filme, Catch Us If You Can, onde a ilha era o objeto de busca dos personagens, passando por À Queima Roupa, com não somente a ilha/prisão de Alcatraz, mas também Los Angeles, no seio da qual as pessoas estão muito isoladas, por Inferno no Pacífico, evidentemente, já que se tratava de um cenário único, e por Príncipe sem Palácio, com um bairro de Londres isolado do resto da cidade e a casa que pertence a um branco, que é como um ilhéu no bairro negro. Em Amargo Pesadelo, o rio constitui a seu modo um universo à parte, onde a civilização se transforma em qualquer coisa distante.
John Boorman, cineasta, sobre seus filmes, em trecho destacado do ensaio de Tuio Becker sobre o realizador (Zero Hora, 11 de março de 1973; o ensaio está no livro Sublime Obsessão, Editora da Unisc; pgs. 91 e 92). Abaixo, Boorman, com Burt Reynolds, nas filmagens de Amargo Pesadelo.
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