Bergman segundo Scorsese

Nos anos 1950, havia certos filmes e cineastas que tinham um impacto dramático nos espectadores, nas possibilidades do cinema, no que podiam fazer e até onde podiam ir. Havia Kurosawa, com Rashomon (1950) e Os Sete Samurais (1954). Havia Fellini, com Noites de Cabíria (1957) e A Estrada da Vida (1954). Havia Satyajit Ray com a trilogia Apu. Havia os filmes russos como Quando Voam as Cegonhas (1957). E havia Bergman. É impossível superestimar o efeito que esses filmes tinham nas pessoas. Não que Bergman tenha sido o primeiro artista a confrontar temas sérios. Mas ele havia trabalhado com uma linguagem simbólica e emocional que era séria e acessível. Ele era jovem, impunha um ritmo incrível, mas tratava de memória, de velhice, da realidade da morte, da realidade da crueldade, e fazia tudo de forma tão vívida, tão dramática. A conexão de Bergman com o público era um pouco como a de Hitchcock – direta, imediata.

Martin Scorsese, cineasta, em entrevista a Stig Björkman (íntegra da entrevista feita em 2010 para o documentário …Mas o cinema é minha amante, publicada no catálogo da mostra Ingmar Bergman, de 2012, do Centro Cultural Banco do Brasil; pg. 197).

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