Vale questionar: existe história de amor “comum”? É certo que não. No caso da lista abaixo, pretende-se ir um pouco além do convencional e oferecer junções inusitadas. E como mostram dois dos 12 filmes abaixo, uma história de amor – e destruição – pode residir em apenas uma pessoa. É o amor em diferentes formas, em obras diversas.
A Bela e a Fera, de Jean Cocteau
Uma mulher e uma criatura. A versão de Jean Cocteau é a melhor levada às telas. Bela (Josette Day), a moça frágil, é vítima de um meio habitado por homens e termina enredada pelos encantos da Fera (Jean Marais).
O Som da Montanha, de Mikio Naruse
A paixão entre o sogro e a nora. O homem mais velho assiste ao desprezo do filho à delicada e sorridente esposa, a nora por quem, a certa altura, demonstra paixão. Com grande sensibilidade, sem verbalizar, ela retribui.
Jules e Jim – Uma Mulher para Dois, de François Truffaut
A mulher que ama dois homens ao mesmo tempo. Ela, vivida por Jeanne Moreau, apaixona-se por dois amigos inseparáveis. O que parece ter equilíbrio em algum momento dá lugar à dor, à tragédia.
Lolita, de Stanley Kubrick
Um professor apaixonado por uma ninfeta. A menina conquista o homem em sua primeira aparição. A versão de Kubrick mostra menos, insinua mais, é melhor. Ao fim, o apaixonado James Mason vê-se destruído.
Ensina-me a Viver, de Hal Ashby
Um garoto e uma idosa. Embalado pelas belas canções de Cat Stevens, o filme de Ashby funciona à perfeição graças à química entre Bud Cort, que interpreta um rapaz amargo e niilista, e a senhora Ruth Gordon.
Último Tango em Paris, de Bernardo Bertolucci
Dois amantes em encontros casuais. Filmes sobre relações que miram o sexo casual abundam. Mas o drama erótico de Bertolucci – com Marlon Brando e Maria Schneider – está longe de ser um como outro qualquer.
A História de Adèle H., de François Truffaut
A mulher sozinha, atrás do homem que ama. A protagonista (Isabelle Adjani) ama sozinha, sofre sozinha, e com facilidade escapa à compreensão – o que não a impede de viver uma grande história de amor.
Kung-fu Master!, de Agnès Varda
Uma mulher e o amigo de sua filha. A história levada à tela é da própria atriz Jane Birkin, cuja personagem apaixona-se por um garoto – fã do videogame Kung-fu Master! – que é amigo de sua filha adolescente.
Decálogo IV, de Krzysztof Kieslowski
Um homem e sua filha adotiva. No quarto episódio da monumental série polonesa, uma estudante de artes cênicas descobre que o homem com quem cresceu – e por quem se sente atraída – não é seu pai biológico.
Todas as Coisas São Belas, de Bo Widerberg
Um adolescente e sua professora. Na Suécia, durante a Segunda Guerra, um adolescente descobre a sexualidade e se vê atraído por sua bela professora. Casada, ela corresponde e passa a se encontrar com o menino.
Ela, de Spike Jonze
Um homem e uma inteligência artificial. O solitário Theodore (Joaquin Phoenix) descobre uma companhia feminina feita apenas de uma voz e que lhe dá total atenção, que lhe traz felicidade. Ele apaixona-se.
A Forma da Água, de Guillermo del Toro
Uma mulher e uma criatura (2). A dama muda interpretada por Sally Hawkins apaixona-se por um homem-peixe preso em um laboratório, na América da Guerra Fria, e depois arma um plano para tirá-lo de lá.
Veja também:
Em dois tempos, dois dramas femininos de Mikio Naruse
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Parei de ver a lista em Lolita. Desde quando pedofilia é história de amor?!
Uma história onde o amor vive no protagonista de James Mason. No fim, fica claro o amor que ele sente, quando se vê despedaçado. Considero uma história de amor unilateral, pois ela não o ama.