A ideia de que, se morresse, não existiria mais, que teria de passar pela porta obscura, que havia alguma coisa que não podia controlar, coordenar ou prever, foi para mim uma fonte permanente de medo. Que eu, de repente, tenha tido a coragem de dar à Morte a figura de um palhaço branco, personagem essa que conversava, jogava xadrez e não arrastava consigo quaisquer segredos, foi o primeiro passo em minha luta contra o horror que sentia da morte.
Ingmar Bergman, cineasta, referindo-se a O Sétimo Selo, um de seus filmes mais famosos, no livro Imagens (Martins Fontes; pg. 238). Abaixo, a Morte em cena, interpretada pelo ator Bengt Ekerot.
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Nâo há palavras para descrever a importância desse filme pra mim.
Curioso que esse ator que faz “A Morte” (Beng Ekerot), em outro filme de Bergman (O Rosto), faz um ator bêbado que morre duas vezes! 🙂
Bem lembrado. E após morrer a segunda vez, seu corpo é colocado no caixão como se fosse o corpo do líder da trupe, que engana os outros. Adoro O Rosto. Abraços e volte mais vezes.