Não dá para negar o apelido: François Truffaut foi, sem dúvida, o “cineasta apaixonado”. Sua fórmula, apesar de variações, é quase sempre a mesma: a paixão por mulheres, pelo cinema, pelas pequenas (ou grandes) situações cômicas, como observador da vida, cronista de seu tempo.
Morreu cedo. Poderia ter feito muito mais. Seu cinema difere-se do de Godard, Rivette ou Rohmer – alguns de seus parceiros na nouvelle vague. Ora flerta com Renoir, ora com Hitchcock, em obras que saltam do drama profundo à graça da infância, das angústias masculinas ao amor a três.
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10) O Último Metrô (1980)
Deliciosa comédia à maneira de Jean Renoir, na qual a dona de um teatro (Catherine Deneuve) esconde seu marido judeu em plena França ocupada, durante a Segunda Guerra Mundial.
9) Jules e Jim – Uma Mulher para Dois (1962)
Filme de amor livre, o mais apaixonado ato de Truffaut, com o trio de amantes e amigos divididos pela guerra. Em seu grande momento, Jeanne Moreau imortaliza-se na tela ao amar os dois amigos do título.
8) As Duas Inglesas e o Amor (1971)
Outra história de amor a três: a relação de um francês (Jean-Pierre Léaud) com duas inglesas, em idas e vindas, com o passar do tempo e a tragédia imposta pela solidão. Uma joia nem sempre lembrada.
7) Um Só Pecado (1964)
Françoise Dorléac (irmã de Deneuve) morreu jovem e deixou o filme como testamento. É sobre adultério, sobre um homem (Jean Desailly) entre a vida de casado e as escapadas com a bela amante.
6) A História de Adèle H. (1975)
O amor cego, não correspondido, em seu estágio máximo de entrega: a tradução de tudo isso nos olhos de uma extraordinária Isabelle Adjani, indicada ao Oscar pelo papel e injustamente preterida.
5) A Mulher do Lado (1981)
A história de amor feita ao acaso, como seu ponto de partida e sem volta. O homem (Gérard Depardieu) vê sua vida mudar ao reencontrar a antiga amante (Fanny Ardant), agora sua nova vizinha.
4) A Noite Americana (1973)
Ao lado de Assim Estava Escrito, O Jogador e Crepúsculo dos Deuses, é um dos melhores filmes sobre o universo do cinema, com suas belas estrelas, trapalhadas reais e apaixonantes improvisações.
3) Beijos Proibidos (1968)
A terceira parte da saga de Antoine Doinel (Jean-Pierre Léaud, o alter ego de Truffaut) leva à aventura cômica, ao jovem detetive nos tempos conflituosos de 1968, decidido a desvendar o amor.
2) O Garoto Selvagem (1970)
Poderoso estudo sobre a linguagem, a descoberta da vida, a adaptação da criança ao mundo de signos e avesso à selvageria. O diretor interpreta o professor Jean Itard. A bela fotografia é de Néstor Almendros.
1) Os Incompreendidos (1959)
Marco inaugural da nouvelle vague, valeu a Truffaut o prêmio de direção em Cannes e apresentou ao mundo o artista que ajudou a reinventar a sétima arte. No início, uma dedicatória a ninguém menos que André Bazin.
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Fahrenheit 451 fora da lista? Era fundamental a presença desse filme até mesmo como indicação do talento versátil de Truffaut. É um filme necessário para compreender o artista e criador muito além da leitura de um cineasta voltado para o romance e a comédia.
Gosto, mas não amo. Acho que Truffaut fez coisas superiores. Abraços.