O que te fez querer ser um ator?
Isso ocorreu por acidente. Eu queria ser um artista. Eu estava em Nova York planejando uma carreira relacionada à arte e alguém me disse que havia incerteza em relação ao meu futuro, entre meus amigos e minha família. Eles estavam assustados em relação ao que eu estava fazendo, em um “território” perigoso, e que eu poderia terminar sendo um fracassado, ou algo assim. Então eu fiz um acordo para acalmá-los. Eu queria ser um artista, mas sabia que isso os assustaria, porque eles achavam que a maioria dos artistas não tem sucesso, não consegue ganhar a vida, morre de fome. Então eu pensei em ser um diretor de arte, e penso que isso soava bem. Era simplesmente a palavra “diretor”, mas não tinha ideia do que isso significava. (…) Então eles me disseram: “bom, se quer ser diretor de arte, tem de ter um treinamento dramático, e aí você pode criar cenários e tudo isso”. E foi assim que terminei na Academia Americana de Artes Dramáticas. Eu não havia planejado fazer isso, mas, quando eu entrei lá, algo inesperado me deu um “clic”, porque eu tive de fazer uma audição. Eu estava muito contido, e eu transmitia muita raiva nesse momento da minha vida. Tudo isso veio para fora, acho, nessa audição. E a diretora que fazia a audição viu algo em mim. Eu imaginei que tinha sido uma má audição, que não deveria estar lá, e me perguntava por que estava fazendo aquilo. E ela me disse: “Não, você deveria fazer isso”. Ela me convenceu a ficar, de ir a essa escola e continuar. Esse foi o ponto de virada que eu não havia esperado.
Robert Redford, ator, em resposta ao jornalista argentino Alexis Puig no lançamento do recente Meu Amigo, o Dragão (a entrevista pode ser assistida aqui, com legendas em espanhol). O astro fez 80 anos em 18 de agosto de 2016. Abaixo, Redford entre Paul Newman e Katharine Ross, seus parceiros de elenco em Butch Cassidy, filme que o colocou definitivamente entre as estrelas de Hollywood.
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