O famoso cineasta americano nunca escondeu seu lado cinéfilo e prestou homenagem a vários autores em diferentes momentos da carreira – às vezes em pequenas citações, às vezes de maneira escancarada. A lista abaixo foi publicada pelo Instituto Britânico de Filmes (veja aqui), na eleição dos Melhores Filmes de Todos os Tempos, em 2012, que ouviu uma penca de críticos e diretores renomados.
Em bilhete ao jornalista Eric Lax, em 2005, Allen fez uma lista com mais títulos, inclusive separando os americanos e gêneros como musical e comédia. Cineastas como Renoir, Bergman e Kurosawa dominam sua relação. Esse compilado, com comentários do próprio diretor, pode ser visto no livro Conversas com Woody Allen. No caso da lista abaixo, do BFI, Allen não a fez em ranking. O blog traz a relação por ano de lançamento.
A Grande Ilusão, de Jean Renoir
A amizade entre um líder francês e outro alemão durante a Primeira Guerra Mundial. O filme é citado de passagem em Noivo Neurótico, Noiva Nervosa, em uma festa “descolada” em Los Angeles.
Cidadão Kane, de Orson Welles
A história do magnata Charles Foster Kane (Welles). O diretor seria lembrado algumas vezes por Allen, incluindo uma reprodução da famosa cena da sala de espelhos, de A Dama de Shangai, levada à comédia Um Misterioso Assassinato em Manhattan.
Ladrões de Bicicleta, de Vittorio De Sica
Filme neorrealista sobre a odisseia de um homem em busca de sua bicicleta furtada, ao lado do filho e de toda a miséria do pós-guerra, na Itália dos anos 40. Allen também é fã de Vítimas da Tormenta.
Rashomon, de Akira Kurosawa
Quatro versões para um mesmo crime são narradas a partir de diferentes pontos de vista. Obra que lançou a carreira de Kurosawa no Ocidente.
O Sétimo Selo, de Ingmar Bergman
Um cavaleiro acaba de voltar das Cruzadas e é convidado a um jogo de xadrez com a Morte. Bergman seria sempre lembrado por Allen, com referências a Morangos Silvestres (a visita ao passado em Noivo Neurótico) e a imagem da Morte em A Última Noite de Bóris Grushenko.
Glória Feita de Sangue, de Stanley Kubrick
Um coronel honesto (Kirk Douglas) vê-se obrigado a defender três soldados acusados de covardia, pelo alto escalão, durante a Primeira Guerra Mundial. Primeira obra-prima de Kubrick.
Os Incompreendidos, de François Truffaut
Antoine Doinel (Jean-Pierre Léaud) é repreendido pela família, pelo professor, enfim, pelo mundo adulto que o cerca e escolhe fugir pelas ruas de Paris. Obra inaugural da nouvelle vague.
Oito e Meio, de Federico Fellini
Os dilemas de um cineasta (Marcello Mastroianni, fazendo o próprio Fellini) que não consegue terminar seu filme. Essa obra-prima seria homenageada por Allen em Memórias.
O Discreto Charme da Burguesia, de Luis Buñuel
Por diversas vezes, um grupo de burgueses não consegue terminar suas refeições. Mais um trabalho do espanhol com críticas à burguesia, aos militares e à Igreja, com os pés fincados no surrealismo.
Amarcord, de Federico Fellini
O cotidiano de Rimini durante os tempos do fascismo, na Itália, a partir da vida de várias personagens. Pura nostalgia, com Fellini abordando o próprio passado, a juventude e as descobertas sexuais.
Amarcord e uma grande porcaria.Alias entre esses dez citados por Woody nao gosto de nenhum.
Filme bom para mim é aquele que toca meus sentidos e não me dá sono, porisso não comungo com essa relação do Woody Allen , tenho cá minhas preferências e sou tão cinéfilo quanto esse anão de jardim. E priu !
Adorei todos e ainda os tenho na parede da memória. Para gostar desses filmes arte de inicio foi muito relutância, mas com muita leitura eles foram se tornando um bálsamo.
Quem bom saber disso. Abraços.
Bela lista. Gostei. Oito e Meio, O Sétimo Selo e Cidadão Kane são perfeitos.
Obrigado pelo comentário. Abraços.
Gosto muito do ladrões e da grande ilusão.
É difícil agente escolher os “melhores “filmes . Acho que vai de cada um ,as vezes o momento da sua vida que vc assisti o filme ajuda a torná-lo o melhor pra vc .
É verdade. Bem observado. Obrigado pelo comentário.