O Oscar sempre preferiu os dramas. São raras as comédias que ganharam o prêmio, como Aconteceu Naquela Noite e Se Meu Apartamento Falasse. Outras conseguiram ser indicadas na categoria principal, mas boa parte teve de se contentar com prêmios para membros do elenco ou ao roteiro. Ou saíram de mãos vazias.
A lista abaixo traz 20 grandes filmes do gênero que chegaram à festa do Oscar e não faturaram o prêmio principal. Alguns mereciam a estatueta dourada, outros não. Vale lembrar também que há décadas com um número maior de comédias presentes na categoria “melhor filme”, como é o caso dos anos 30 e 80. À lista.
Curta o Palavras de Cinema no Facebook
A Ceia dos Acusados, de W.S. Van Dyke
Com crimes e maluquices, a desaguar no final antológico do jantar, Van Dyke reúne William Powell e Myrna Loy, além do inesquecível cão Skippy, aqui chamado de Asta.
Cupido é Moleque Teimoso, de Leo McCarey
A comprovação de que Cary Grant nasceu para fazer comédias malucas, com seu jeito sofisticado, à base da fórmula manjada mas genial em que tudo dá errado para dar certo.
Pigmalião, de Anthony Asquith e Leslie Howard
A história seria adaptada mais tarde como musical, Minha Bela Dama, e ganharia o Oscar. Essa adaptação, mais enxuta e em preto e branco, consegue ser ainda melhor.
Ninotchka, de Ernst Lubitsch
O cartaz dizia: “Garbo ri”. Era como se o mito fosse desconstruído, desnudado, em uma história em que os duros comunistas rendem-se aos prazeres do mundo ocidental.
Núpcias de Escândalo, de George Cukor
O trio dos sonhos de qualquer diretor: Cary Grant, James Stewart e Katharine Hepburn. Todos perfeitos, enrolados em um casamento errado, em meio à alta sociedade.
Nascida Ontem, de George Cukor
William Holden é o jornalista contratado para dar aulas à mulher loura – e deliciosamente burra – de um homem de moral duvidosa. Judy Holliday levou o Oscar.
Dr. Fantástico, de Stanley Kubrick
Comédia em três situações paralelas, com três papeis ao genial Peter Sellers, passada na Guerra Fria. Tem confusões em uma sala de guerra e um caipira montado na bomba.
A Primeira Noite de um Homem, de Mike Nichols
Marca um ponto de virada no cinema americano, com o sexo colocado às claras, quando um rapaz começa a ter um caso com a mulher do sócio de seu pai.
M.A.S.H., de Robert Altman
Passado na Guerra da Coreia, o filme de Altman tem apenas um tiro – durante uma partida de futebol americano – e mostra situações hilárias entre médicos e enfermeiras.
Loucuras de Verão, de George Lucas
O diretor capta os resquícios de uma geração com traços inocentes, no início dos anos 60, sob os efeitos do rock e ainda sem a influência da contracultura.
Tootsie, de Sydney Pollack
Ator de teatro transforma-se em mulher para agarrar um papel na televisão. Dustin Hoffman tem grande interpretação nessa comédia sobre descobrir o mundo feminino.
Hannah e Suas Irmãs, de Woody Allen
O cineasta nova-iorquino mostra-se inspirado ao entrelaçar diferentes histórias a partir de três irmãs e seus companheiros. Ganhou três Oscars, entre eles o de roteiro original.
Feitiço da Lua, de Norman Jewison
Prometida para se casar com um homem, a personagem de Cher acaba se apaixonando pelo irmão do noivo nessa comédia romântica com a lua a iluminar os amantes.
Esperança e Glória, de John Boorman
Passado durante a Segunda Guerra Mundial, o filme traz à tona as memórias do diretor, de forma irreverente, com a criança que utiliza a graça para driblar as tragédias.
Fargo, de Joel Coen
Comédia de crimes, na qual um homem contrata dois criminosos para sequestrarem a própria mulher. Mas ele não contava com o sogro violento e uma policial curiosa.
Ou Tudo, Ou Nada, de Peter Cattaneo
As personagens centrais estão desempregadas e têm uma ideia para ganhar dinheiro: montam um grupo de strippers masculinos para um show na pequena cidade britânica.
Assassinato em Gosford Park, de Robert Altman
Outra oportunidade para Altman comandar um grande elenco, com diversas personagens em cena, em uma grande casa de campo na qual ocorre um crime.
Encontros e Desencontros, de Sofia Coppola
Valeu a Sofia o Oscar de roteiro original. O ponto de partida é um ator melancólico que vai ao Japão para fazer uma propaganda de uísque e se interessa por uma jovem garota.
A Pequena Miss Sunshine, de Jonathan Dayton e Valerie Faris
A família embarca em uma Kombi e cruza diferentes cidades para chegar a um concurso de miss infantil. Muito sobre a sociedade americana, cheio de momentos impagáveis.
Ela, de Spike Jonze
O futuro pintado por Jonze está mais próximo do que parece: ele inclui um homem que se apaixona por uma máquina com voz feminina e que lhe traz um sopro de alegria.
Veja também:
Bastidores: Encontros e Desencontros
Os dez melhores filmes de Robert Altman
Ela é Assassinato em Gosford Park não são comédias oO
“Ela” mescla gêneros, é difícil de definir, mas pode ser visto em vários momentos como comédia, sim. E “Gosford Park” é também uma comédia. Volte sempre.