Por algum tempo, os cineastas da lista abaixo quase caíram em esquecimento, ou simplesmente já não eram motivo de empolgação. O ano que acabou de terminar mostrou que eles ainda mandam bem, ou que é possível surpreender em um primeiro trabalho. De estreantes aguardados a veteranos, a lista passa por carreiras e mostra que 2015 merece ser lembrado pela variedade e qualidade dos filmes.
George Miller
O australiano tem uma carreira interessante: fez de fitas de ação como Mad Max a dramas como O Óleo de Lorenzo e animações como Happy Feet: O Pinguim. O anúncio de que retornaria à franquia do “cavaleiro solitário” Max sem Mel Gibson chamou a atenção. E, livre para destruir, o cineasta abusou da velocidade, com personagens interessantes – incluindo a Furiosa de Charlize Theron, que rouba a cena – e sequências de tirar o fôlego. Prova de que grandes produções ainda dão espaço para a originalidade.
Guilherme Fontes
O único filme dirigido por Fontes começou a ser gestado há 20 anos. Depois de passagens de nomes como Francis Ford Coppola pela produção, além de imbróglios relacionados às suas contas, o filme chegou às telas em 2015. A obra realmente existe. Mais: para o espanto de muita gente, é ótima. Só não vale esperar por uma cinebiografia convencional, a revelar um verdadeiro – se é que este existe – Assis Chateaubriand, magnata das comunicações. Trata-se de um mergulho no próprio Brasil, com seus vícios e falcatruas.
Liv Ullmann
O grande legado de Ullmann ao cinema é seu trabalho como atriz, sobretudo nos filmes de Ingmar Bergman, com quem manteve uma relação por anos. Como diretora, ela teve outras experiências, como em Infiel, de 2000, a partir de um texto de Bergman. Em 2014, após mais de uma década, a cineasta convocou o trio Jessica Chastain, Colin Farrell e Samantha Morton – sozinhas em cena – para o belo Miss Julie. A peça, de August Strindberg, já foi levada antes ao cinema, com experiências diferentes.
M. Night Shyamalan
Para muita gente, e por um longo tempo, Shyamalan não passava de uma cópia barata de Alfred Hitchcock. E é provável que esta fama – sem fundamento, diga-se – não tenha ido embora. O cineasta de origem hindu não conseguiu manter a fama conquistada com O Sexto Sentido e, em seus últimos filmes, colecionou alguns fracassos. Das produções milionárias, resolveu partir para algo mais intimista, com baixo orçamento, e deu a volta por cima em 2015 com o interessante A Visita – sobre dois irmãos que vão passar as férias com os avós que não conhecem.
Peter Bogdanovich
Como outros cineastas da Nova Hollywood, Bogdanovich foi considerado um jovem gênio e mais tarde caiu em ostracismo – sobretudo quando os estúdios voltaram a dar as cartas, no fim dos anos 70 e nos anos 80. Com Um Amor a Cada Esquina, de 2013 e lançado em 2015 no Brasil, o diretor entrega uma comédia rápida, deliciosa e, de quebra, faz uma homenagem à comédia screwball, à moda de mestres como Hawks e Lubitsch. E ainda tem Cybill Shepherd em pequeno papel e uma participação de Quentin Tarantino.
Veja também:
A Visita, de M. Night Shyamalan
Mad Max: Estrada da Fúria, de George Miller