Dividir o tempo entre as carreiras de ator e diretor é comum. Há personalidades que conseguem fazer as duas coisas com igual sucesso, como Clint Eastwood. Há também astros que investiram mais tarde na direção e tiveram sucesso, como Mel Gibson.
A lista abaixo, contudo, foca-se em outro tipo de trabalho conjunto: cineastas que ora ou outra se arriscam na frente das câmeras, lembrados principalmente por papéis coadjuvantes e pequenas participações. Não se trata de aparições rápidas como as de Alfred Hitchcock, mas de personagens – em alguns casos, de peso.
Apesar das várias atuações, eles serão sempre mais lembrados como diretores. Não raro, essas pequenas ou grandes participações soam até como brincadeira.
Jean Renoir
O mestre francês deixou a imagem do amigo bonachão, grande e estranho nos poucos filmes em que se arriscou como ator. Entre eles, claro, está o papel de Octave, o amigo do aviador na obra-prima A Regra do Jogo (abaixo, à esquerda), lançada em 1939.
Jean-Luc Godard
A impressão é a de que sempre existiu um personagem Godard. Em alguns filmes, o grande diretor fez apenas pontas, sendo ele mesmo, como em O Signo do Leão. Em outros, teve peso maior, como em Carmen de Godard (abaixo), como o tio cineasta.
John Huston
Indicado ao Oscar por O Cardeal, de Preminger, Huston é mais lembrado pelo vilão de Chinatown (abaixo), de Polanski. Interpretou também Noé, em A Bíblia, dirigido por ele mesmo, além de espetaculares participações menores, como em O Tesouro de Sierra Madre.
François Truffaut
O próprio Truffaut ficou surpreso quando Spielberg convidou-o para viver um cientista em Contatos Imediatos do Terceiro Grau (abaixo). Àquela altura, já havia interpretado diferentes papéis em seus filmes, como O Garoto Selvagem e A Noite Americana.
Martin Scorsese
O diretor Americano arriscou-se em pequenos papéis para grandes diretores, como Akira Kurosawa (vivendo Van Gogh em Sonhos) e Bertrand Tavernier (em Por Volta da Meia-Noite). Fez pequenos papéis também em seus filmes, como Taxi Driver (abaixo).
Maurice Pialat
Em Aos Nossos Amores (abaixo) e Sob o Sol de Satã, Pialat ganha destaque em personagens de peso. No primeiro, é o pai da protagonista, que sai de casa e abandona a mulher; no outro, o padre companheiro da personagem central, vivida por Gérard Depardieu.
Quentin Tarantino
Ninguém esquece seu pequeno papel em Pulp Fiction, como o homem que recebe os mafiosos sujos de sangue em sua casa. Ou mesmo sua personagem descontrolada em Um Drink no Inferno (abaixo) e a participação em A Balada do Pistoleiro, entre outras.
Rainer Werner Fassbinder
A carreira de ator é paralela aos trabalhos na direção. Fassbinder, vale lembrar, vive o protagonista errante do belo Baal, de Volker Schlöndorff. Em seus próprios filmes, fez pequenos papéis, como o genro da protagonista de O Medo Devora a Alma (abaixo).
Roman Polanski
Outro que começou como ator, em papel pequeno em Geração, de Wajda. Em seus filmes, atuou em A Dança dos Vampiros e O Inquilino, além de papéis menores. O mais famoso talvez seja o capanga de Chinatown (abaixo), que corta o nariz de Jack Nicholson.
Sydney Pollack
Interpretou belas personagens para diretores variados, como Woody Allen e Stanley Kubrick. Viveu o homem que deixa a mulher em Maridos e Esposas e o amigo de Tom Cruise envolvido com uma sociedade secreta em De Olhos Bem Fechados (abaixo).
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