Poucos cineastas modernos debruçaram-se sobre relacionamentos amorosos e sexo com tanta beleza e graça como Woody Allen. Seus filmes conseguem migrar da diversão à crueldade, ou o contrário, com finais abertos, difíceis. Não dá para esquecer, portanto, o fechamento de Ponto Final, ou mesmo o do mais recente O Homem Irracional.
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Nascido no Brooklyn em 1935, Allen teve fases bem marcadas: o início com a comédia pastelão, exagerada, de belezas como Um Assaltante Bem Trapalhão, Bananas e O Dorminhoco; a originalidade de comédias adultas como Noivo Neurótico, Noiva Nervosa, Manhattan e Memórias; a incursão, depois, pelo drama – na linha de Bergman, que sempre admirou – em obras como Interiores, Setembro e A Outra.
Como outros mestres, teve momentos menores, entre eles em Para Roma, com Amor, e filmes que não vão além do agradável, como Magia ao Luar e Meia-Noite em Paris. Reduzir sua obra extensa a uma lista de dez filmes – lista pessoal, vale lembrar – é o desafio que resolvemos encarar aqui.
10) Zelig (1983)
O camaleão está em todos os locais, personagem presente mas ausente em um falso documentário cujos efeitos antecipam o que, para muitos críticos, mais tarde seria considerado “original” no premiado Forrest Gump.
9) Um Misterioso Assassinato em Manhattan (1993)
O diretor volta à cena com sua musa Diane Keaton nessa divertida comédia sobre um casal que investiga o homem do apartamento ao lado, apontado como assassino. Tem inclusive uma homenagem para A Dama de Shanghai.
8) Maridos e Esposas (1992)
Filme cru, apontado pelo próprio Allen como “feio”, de cortes abruptos e a câmera trepidante do mestre Carlo Di Palma. Grande obra sobre relacionamentos em crise e o último filme do diretor com Mia Farrow.
7) Broadway Danny Rose (1984)
Allen é Danny, agenciador de artistas decadentes que acaba se deparando com Tina (Mia Farrow), por quem um de seus clientes está apaixonado. Em brilhante preto e branco, uma homenagem aos pequenos artistas.
6) Ponto Final (2005)
A chegada de Allen à Europa não poderia ser com um filme melhor. É sobre crime, castigo e sorte: a incursão de um belo professor de tênis pela vida de uma família endinheirada e seus problemas com uma amante.
5) Hannah e Suas Irmãs (1986)
Começa com a confissão da personagem de Michael Caine, apaixonada pela sua cunhada, na pele de Barbara Hershey. Outro belo filme cheio de idas e vindas, sobre relacionamentos em Nova York e o prazer do cinema.
4) A Rosa Púrpura do Cairo (1985)
A ingênua Cecilia (Farrow) vai ao cinema sempre para ver o mesmo filme, durante a Grande Depressão. A sala escura é sua forma de fuga. Em uma dessas sessões, o herói sai da tela e a convida para uma aventura.
3) Crimes e Pecados (1989)
Roteiro genial de Allen, com histórias paralelas que se encontram ao fim, quando dois homens conversam em uma festa. Tinham de se encontrar, era inevitável. O diretor bebe outra vez na fonte de Dostoievski.
2) Manhattan (1979)
Homenagem a Manhattan com a bela fotografia em preto e branco de Gordon Willis. À frente do elenco, Allen está entre diferentes mulheres e, como diz uma delas, é alguém que precisa ter mais fé nas pessoas.
1) Noivo Neurótico, Noiva Nervosa (1977)
Ponto alto da carreira de Allen, também o ponto de virada: é quando deixa as comédias inclinadas ao pastelão para trás e parte ao chamado “cinema sério”, com cortes temporais, Diane Keaton no auge e piadas inspiradas.
Veja também:
Woody Allen: “com filmes, eu apenas rabisco algumas notas para uma cena”
Lista perfeita.
o melhor é o décimo…
É o décimo melhor.
ao meu ve ficou muito a desejar…aonde está O dorminhoco …..a vida e morte de Boris Grutchenko…mas quem sou eu para ser curador de cimena…
Espaço. Ele fez muitos filmes. Abraços!