Cinco momentos inesquecíveis de Azul é a Cor Mais Quente

O premiado filme de Abdellatif Kechiche é, sem dúvida, uma grande história de amor, do que tipo leva à dependência física e, por isso, capaz de nos fazer sofrer com a situação de Adèle.

Mais ainda, é sobre a vida dessa moça, sobre transformações, descobertas sexuais, a passagem de aluna à professora e, à frente, a imersão no azul e na solidão, na dificuldade de amar e ser correspondida.

A aparição de Emma

Pela rua, em um dia qualquer, Adèle (Adèle Exarchopoulos) vê Emma (Léa Seydoux). A outra, de cabelo azul, está na companhia de uma garota. É o instante em que tudo para, em que tudo muda: a reação de Adèle – de desejo e desentendimento – leva-a ao questionamento, ou apenas a pensar um pouco naquela visão.

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“Eu entrei aqui por acaso”

É o que diz a protagonista, certa noite, ao ir parar em um “bar de meninas” e encontrar Emma, que diz para outra garota – então próxima de Adèle – que é sua prima. Trocam olhares. Há certa excitação. E talvez Adèle ainda continue a acreditar na dúvida, talvez por não crer que Emma já tenha lhe roubado mais que a atenção.

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Outro universo

De família simples, Adèle encontra outro universo na família de Emma: a mãe que aceita a homossexualidade da filha, o padrasto que fala sobre o prazer de comer frutos do mar. “Não entendo muito de vinho, mas é muito bom”, diz Adèle, ao experimentar a bebida, antes de ser levada a experimentar ostras. É outro mundo.

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No bar

Em um momento forte, as moças reencontram-se em um bar após a separação. A essa altura, Emma, não mais de cabelo azul, vive com outra mulher. Adèle não a esqueceu. A vida de ambas mudou, não o amor de Adèle. Ao tentar se aproximar da outra, a protagonista lambe sua mão e depois a agarra, em um momento de entrega.

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A penetração do azul

O azul de Adèle indica que o amor por Emma está longe de terminar. A cor, que surge aos poucos ao longo do filme, toma-a por completo no encerramento. No entanto, a ex-mulher – em uma exposição de seus quadros, entre eles um de Adèle – distancia-se, expondo o deslocamento da protagonista, que caminha sem rumo.

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SOBRE O AUTOR:
Rafael Amaral é crítico de cinema e jornalista (conheça seu trabalho)

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