O abismo entre os primeiros filmes de Robert De Niro e os mais recentes tornou-se evidente. Antes, havia ousadia, ao lado de cineastas como Roger Corman, em Os Cinco de Chicago, ainda antes de se tornar astro. Depois, o sucesso da segunda parte de O Poderoso Chefão, as incursões pelas obras de Scorsese e dois Oscars.
Dentro e fora das telas, De Niro sempre pareceu difícil: mesmo quando interpretava papéis que lhe permitiam ser amável, como em Tempo de Despertar, não excluía a forma impenetrável. Era quase sempre amargo e durão. Isso seria ainda mais evidente nos filmes com Scorsese, pelos quais ganharia os contornos do mafioso.
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Na atualidade, tornou-se ele próprio uma personagem – talvez para evitar aqui o rótulo “caricatura”. Em filmes menores e divertidos como A Família e Trapaça, resta a sombra do De Niro anterior – mas nunca grande como antes. Deixa saudades.
10) Coração Satânico, de Alan Parker
É o próprio Demônio, enganador, perfeito para De Niro. A cena mais famosa, claro, é aquela em que descasca o ovo – metáfora para sua relação com o protagonista.
9) 1900, de Bernardo Bertolucci
No épico de Bertolucci, De Niro é Alfredo, um dos dois jovens nascidos no mesmo dia, as esperanças e frustrações da Itália em diferentes períodos, até a chegada do fascismo.
8) O Franco Atirador, de Michael Cimino
Três amigos vão da pequena cidade à Guerra do Vietnã. De metalúrgicos passam a soldados. Mais tarde, dois retornam mutilados – física e mentalmente – e um terceiro fica para trás.
7) O Último Magnata, de Elia Kazan
O terreno das grandes estrelas – nos Estados Unidos do cinema clássico – tem esse homem amargo que, sem querer, descobre o amor. Último filme de Elia Kazan.
6) Caminhos Perigosos, de Martin Scorsese
Logo em sua primeira cena, De Niro, como Johnny Boy, destrói uma caixa do correio. Ao longo do filme, converte-se nos problemas do protagonista de Harvey Keitel.
5) Era Uma Vez na América, de Sergio Leone
A terceira parte de Leone sobre a América: visão bela e profunda sobre a relação entre amigos, que crescem no crime, até a possível deterioração na vida adulta.
4) Os Bons Companheiros, de Martin Scorsese
Novamente como coadjuvante, De Niro está ao meio: não tem a consciência de transformação do protagonista, nem o instinto assassino da personagem de Joe Pesci.
3) Touro Indomável, de Martin Scorsese
Talvez em seu maior momento como o lutador Jake LaMotta, cujo temperamento difícil revela-se dentro e fora do ringue, na relação com o irmão e com a mulher.
2) Taxi Driver, de Martin Scorsese
O ator está perfeito como o homem perturbado, que retorna da guerra e, de táxi, circula pela noite de Nova York, talvez para “limpar” toda a sujeira que está por ali.
1) O Poderoso Chefão – Parte 2, de Francis Ford Coppola
O papel já foi de Brando e, na segunda parte, terminou com De Niro. Seu amor à família e frieza na hora de se tornar um criminoso mostram os dois lados desse grande trabalho.
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Dúvida cruel.