Duas coisas difíceis de imaginar ocorreram nos anos 1990, no prêmio Oscar: os astros Kevin Costner e Mel Gibson ganharam injustamente o prêmio de melhor diretor, ambos em típicos filmes que a Academia adora, Dança com Lobos e Coração Valente. Foi a década em que Clint Eastwood (Os Imperdoáveis) e Spielberg (A Lista de Schindler e O Resgate do Soldado Ryan) finalmente levaram a estatueta. Outros, como Terrence Malick, voltaram à cena.
A decadência do cinema americano, nesse período, é visível. Basta uma comparação com outras décadas para se constatar isso. Ainda assim, alguns grandes indicados saíram da festa do cinema de mãos vazias.
10) Vestígios do Dia, de James Ivory (1993)
O velho mordomo da grande casa demonstra, com dificuldade, amor pela nova governanta. Um filme de emoções contidas, elegante, passado quase todo em uma mansão, com pessoas que não conseguem deixar seus papéis.
Ganhador de melhor filme naquela edição: A Lista de Schindler
9) Além da Linha Vermelha, de Terrence Malick (1998)
Sem filmar desde Cinzas no Paraíso, Malick decide retornar ao cinema com um filme de guerra, com a convivência entre o soldado cético e o religioso. A fotografia, como de costume em seus filmes, é um show à parte.
Ganhador de melhor filme naquela edição: Shakespeare Apaixonado
8) Segredos e Mentiras, de Mike Leigh (1996)
A exemplo de A Vida é Doce e Naked, Leigh retorna às pessoas comuns, ao drama de “pia e cozinha” sobre a filha negra que reencontra a mãe e como esse retorno abala a vida de todos ao redor. Palma de Ouro em Cannes.
Ganhador de melhor filme naquela edição: O Paciente Inglês
7) JFK – A Pergunta que Não Quer Calar, de Oliver Stone (1991)
As tantas perguntas fazem a obra parecer uma grande colagem, algo cheio de ambição, de novo a incendiar o debate sobre Kennedy. Oliver Stone comprova ter sido o maior polemista político de seu tempo.
Ganhador de melhor filme naquela edição: O Silêncio dos Inocentes
6) Um Sonho de Liberdade, de Frank Darabont (1994)
O rapaz rico percorre um cano de esgoto para sair limpo e livre do outro lado. Preso por vinte anos, ele tem a chance de escapar nesse filme que conquistou o público e se tornou um dos mais adorados de todos os tempos.
Ganhador de melhor filme naquela edição: Forrest Gump
5) Los Angeles – Cidade Proibida, de Curtis Hanson (1997)
A certa altura, um policial certinho acredita estar lidando com uma sósia de Lana Turner. Mero engano: trata-se da verdadeira, que lhe lança bebida na cara. Essa é uma das várias grandes cenas desse belo filme policial.
Ganhador de melhor filme naquela edição: Titanic
4) Fargo, de Joel Coen (1996)
A heroína grávida e bondosa persegue dois bandidos estranhos. Um deles fala demais, o outro quase não diz nada. Talvez o melhor filme da carreira dos irmãos Coen, uma comédia policial em que quase tudo dá errado.
Ganhador de melhor filme naquela edição: O Paciente Inglês
3) O Piano, de Jane Campion (1993)
O piano une as personagens. O drama inclui a pianista muda, sua filha, o marido malvado e o amante rústico. Campion já tinha provado sua grandeza, antes, com Um Anjo em Minha Mesa. Faz aqui sua obra-prima.
Ganhador de melhor filme naquela edição: A Lista de Schindler
2) Pulp Fiction – Tempos de Violência, de Quentin Tarantino (1994)
O diálogo da abertura dá o tom: é rápido, esperto, imprevisível como na famosa cena da injeção de adrenalina no coração de Uma Thurman, a mulher do chefão que o capanga de John Travolta levou para passear.
Ganhador de melhor filme naquela edição: Forrest Gump
1) Os Bons Companheiros, de Martin Scorsese (1990)
O narrador revela-se, no início, após ele e os amigos esfaquearem um desafeto: “Até onde me lembro, eu sempre quis ser um gângster”. O filme começa assim, alucinante, sobre um homem que se torna um mafioso.
Ganhador de melhor filme naquela edição: Dança com Lobos
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Veja também:
Os dez melhores filmes indicados ao Oscar que não venceram o prêmio (nos anos 1980)
Que belíssima matéria!!! Concordo com todos, menos com “Além da Linha Vermelha”, que acho um pé no saco (detesto o Malick!). Na verdade, não amo os indicados de 1999 e, se fosse para escolher um vencedor, este seria “A Vida é Bela”. Grande abraço e parabéns pelo site!
Obrigado e volte sempre!
Só coisa fina!!!!!
PS: Colocaria RYAN nessa lista
Gosto do Ryan, sobretudo da primeira metade. Algumas patriotadas me cansam, mas de qualquer forma é um belo filme. Abraço, amigo!
Segredos e Mentiras é soberbo na sua simplicidade. Adoro esse diretor, que foge das extravagâncias e aposta no prosaico.
Fargo é genial. Genial e ponto.
Os Companheiros eu acho bom. Mas não é grande. O diretor fez melhores e mais impressionantes.
Sim, Segredos é incrível! Abraços e obrigado pelo comentário!
Acho que A lista de schindler mereceu ganhar, assim como Forrest Gump…apesar de Um sonho de Liberdade, O piano e Vestígios do dia serem filmes maravilhosos também…
Sim, Lista de Schindler mereceu o Oscar. Abraços!